Guerra na Europa

Provocações da Otan contra Rússia e interferência na guerra podem levar a ‘escalada catastrófica’

A organização militar liderada pelos EUA não pode participar da guerra diretamente, mas segue com o envio de armas e dinheiro à Ucrânia e aumenta a tensão na Europa

Reprodução/Sputnik
Reprodução/Sputnik
Força Aeroespacial russa destruiu 158 alvos militares em 24 horas de operação no território ucraniano, segundo Moscou

São Paulo – Embora seus países não possam diretamente atacar ou participar da guerra entre Rússia e Ucrânia, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) prossegue com provocações militares ininterruptas a Moscou. Entre ontem esta terça-feira (8), foi divulgada a informação de que a Polônia estaria pronta para transferir caças MiG-29 para os Estados Unidos em uma base aérea alemã. Em menos de uma semana, EUA e Otan teriam passado mais de 17 mil armas antitanque através das fronteiras da Polônia e da Romênia.

A primeira-ministra da Suécia, país não-membro da Otan, afirmou que a adesão de seu país à organização militar pode desestabilizar a Europa. “Se a Suécia se candidatar, desestabilizará ainda mais esta parte da Europa e aumentará as tensões”, disse Magdalena Andersson, em entrevista coletiva. A ministra das Relações Exteriores sueca, Ann Linde, acrescentou que seu país forneceu às Forças Armadas ucranianas 5 mil equipamentos antitanque, escudos corporais, 135 mil porções de alimento e 52 milhões de dólares (cerca de R$ 263 milhões).

De acordo com o The New York Times, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reafirmou ontem pedido para que o Ocidente forneça aeronaves à Ucrânia. Países da Otan não podem fazer parte da guerra diretamente, já que a Ucrânia não é membro da organização. Mas a participação indireta dos aliados de Washington, e dos EUA inclusive, é óbvia. Nesse sentido, algum “incidente” ou um erro de cálculo poderia ter consequências imprevisíveis.

“Escalada catastrófica”

O anúncio – pelo próprio Vladimir Putin – de que a Rússia colocou parte de seu arsenal nuclear de dissuasão em alerta máximo levou pessoas na Europa central  a uma corrida às farmácias em busca de iodo. As autoridades japonesas alertavam a população a usar o medicamento – contra efeitos da radiação – em 2011 após a crise de Fukushima.

O efeito do incessante envio de armas pela Otan à Ucrânia será uma “escalada catastrófica”, teriam alertado “integrantes do alto escalão do governo russo”, de acordo com a agência de notícias russa Interfax. O ministro de relações exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, teria tratado do assunto nesta segunda-feira (7).

Por seu turno, o presidente da China, Xi Jinping, conversou com o chanceler alemão Olaf Scholz e o presidente francês Emmanuel Macron. Ele defendeu necessidade de se respeitar “a soberania e a integridade territorial” de todos os países. Além disso, de se observarem objetivos e princípios da Carta da ONU. Pediu também atenção às “preocupações legítimas no âmbito de segurança de todos os Estados, e apoiar todos os esforços que favorecem à resolução pacífica da crise”.

Durante a conversa com os líderes europeus, por videoconferência, Xi Jinping disse lamentar pelas ações de combate. “A atual situação na Ucrânia gera preocupações. Por isso, a China lamenta profundamente que no continente europeu esteja novo deflagrado o incêndio da guerra”, afirmou, segundo o Sputnik Brasil.

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