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‘Occupy Central’ pede a dissolução do Conselho Legislativo de Hong Kong

Para o movimento, a eleição de novos membros para o Conselho Legislativo de Hong Kong seria equivalente ao referendo sobre a própria reforma eleitoral, já que os novos candidatos seriam escolhidos de acordo com a disposição de votar a favor ou contra a medida

JEROME FAVRE/efe/epa

Manifestantes seguem com acampamentos montados em três zonas da cidade, onde reivindicam “eleições livres”

Hong Kong – O fundador da organização Occupy Central, Benny Tai, pediu neste sábado (1) ao líder do governo de Hong Kong, Leung Chun-ying, que dissolva o Conselho Legislativo se a reforma eleitoral que desencadeou as manifestações pró-democracia for aprovada. Segundo Benny, a dissolução do parlamento, que teria que ser feita pelo “número um” do governo local, seria uma forma de resolver a estagnação política vivida pela ex-colônia britânica. As declarações foram dadas à emissora de rádio RHTK.

O parlamento local terá de votar no ano que vem a reforma eleitoral proposta por Pequim. Os cidadãos de Hong Kong poderão escolher o novo chefe do Executivo, mas terão de votar em um número reduzido de candidatos, todos previamente selecionados por um comitê ligado ao regime comunista chinês.

Para o Occupy Central, a eleição de novos membros para o Conselho Legislativo de Hong Kong seria equivalente ao referendo sobre a própria reforma eleitoral, já que os novos candidatos seriam escolhidos de acordo com a disposição de votar a favor ou contra a medida.

O veto à livre seleção dos candidatos a chefe de governo foi o estopim para o início dos movimentos pró-democracia organizados por várias instituições estudantis junto ao Occupy Central. As ruas de Hong Kong estão tomadas por ativistas há mais de um mês.

O presidente do Conselho Legislativo, Tsang Yok-sing, rejeitou a proposta de Tai. Segundo ele, mesmo que a eleição resultasse em mais políticos pró-democracia no parlamento, seria impossível chegar à conclusão de que o povo realmente se opõe à reforma política proposta por Pequim.

Os manifestantes seguem com acampamentos montados em três zonas da cidade, onde reivindicam “eleições livres”. São mais de duas mil barracas instaladas nas regiões ocupadas, apesar de vozes contrárias ao movimento também estarem presentes.