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Governo de Hong Kong e estudantes iniciarão diálogo na sexta-feira

Cinco membros de cada delegação poderão comparecer ao encontro, que será aberto aos meios de comunicação, mas não ao público

MAST IRHAM/efe

Os protestos foram provocados pela decisão do governo de restringir o número de candidatos ao governo de Hong Kong

São Paulo – O governo de Hong Kong e a Federação de Estudantes vão iniciar na sexta-feira (10) o diálogo político para tentar pôr fim aos protestos a favor da democracia que ocorrem há dez dias na cidade.

O subsecretário de Assuntos Constitucionais, Lau Kong-wah, anunciou no fim da noite de ontem (6), após uma reunião preparatória com os líderes estudantis, que o encontro foi agendado para às 16h no horário local (3h em Brasília), em lugar ainda não definido.

Cinco membros de cada delegação poderão comparecer ao encontro, que será aberto aos meios de comunicação, mas não ao público, acrescentou o subsecretário. A delegação oficial será liderada pela “número dois” do governo local, Carrie Lam, como anunciaram as autoridades na semana passada.

Após a reunião de hoje, o vice-secretário da Federação de Estudantes, Lester Shum, disse em uma assembleia improvisada que os líderes estudantis não estão satisfeitos com a forma do diálogo, mas que vão participar do encontro.

Apesar disso, Shum alertou que, se as autoridades tentarem se esquivar das reivindicações e não demonstrarem “sinceridade”, os líderes do protesto poderão “abandonar o diálogo”. Enquanto isso, as manifestações continuarão, embora tenham perdido força nos últimos dias, com apenas algumas centenas de pessoas ocupando as ruas hoje.

Anteriormente, Kong-wah e Shum tinham acordado, em uma série de reuniões prévias, vários pontos que seriam abordados no diálogo e seu início nesta semana. O subsecretário disse hoje, antes que a data do encontro fosse acertada, que o marco estabelecido para o desenvolvimento das eleições de 2017 deve seguir seu curso caso Hong Kong queira reformar seu sistema eleitoral de forma legal.

Shum indicou que essa posição poderia ser um “obstáculo” para o avanço das negociações com a administração local. As manifestações foram provocadas pela decisão do governo da China de restringir o número de candidatos ao chefe de governo de Hong Kong e determinar que eles tivessem aprovação prévia de um comitê consultivo para concorrer ao pleito.

A medida fez com que os estudantes iniciassem uma greve universitária exigindo liberdade democrática para a ex-colônia britânica. Milhares de pessoas se juntaram aos protestos quando a polícia usou gás lacrimogênio para dispersá-los, no último dia 29 de setembro.

Desde então, os três grupos que lideram os protestos – sem precedentes desde que Hong Kong foi devolvida à China – mobilizaram dezenas de milhares de cidadãos para pedir ao governo local que garanta a livre eleição de candidatos na cidade.