Observadores da Liga Árabe encerram trabalhos na Síria

Relatório será apresentado até sábado em reunião de cúpula dos países árabes. Oposição ao governo defende ação da ONU

Observadores da ONU (de colete amarelo) durante protesto em Idlib, noroeste da Síria: após três semanas, relatório será analisado (Foto: Divulgação/Reuters)

São Paulo – Os trabalhos da missão missão de observadores da Liga Árabe termina seu mandato na Síria nesta quinta-feira (19), após três semanas. O grupo da organização – composta por 23 países do Oriente Médio e norte da África – era avaliar as consequências da repressão do governo Bashar Al Assad aos protestos por mudanças políticas. Um relatório será preparado e apresentado até este sábado (21), quando uma reunião extraordinária das nações árabes avaliará a situação. Alguns integrantes do grupo, no entanto, devem continuar no país mesmo após o fim do mandato.

A decisão da Liga Árabe de enviar observadores foi uma forma de atenuar a pressão internacional cobrando desses países uma posição mais dura ante a Síria. Mesmo voltados a avaliar em que medida houve violações de direitos humanos (como torturas, prisões políticas e agressões contra crianças), a missão foi criticada pelos opositores de Assad.

Apesar de negar abusos, o governo sírio aproveitou para libertar presos políticos durante visitas de inspetores. Os oposicionistas criticam o fato de a Organização das Nações Unidas (ONU) não ter encaminhado representantes do Conselho de Direitos Humanos para o trabalho.

Segundo estimativa de comitês de coordenação local, de março de 2011 até o começo deste mês 5,8 mil pessoas morreram em decorrência da repressão aos protestos. Estimativa da própria Liga Árabe calcula 400 vítimas desde 26 de dezembro, quando os observadores desembarcaram. Na quarta-feira (18), na cidade de Homs, no norte da Síria, mais 20 morreram em confrontos com a polícia.

Com informações do Sul21 e da Agência Brasil