Conservadorismo

Novo primeiro-ministro de Portugal apresentará governo na semana que vem. Posse será em 2 de abril

Luís Montenegro disse que o país vai mudar não só de governo, mas de “políticas e de rumo”

Miguel Figueiredo Lopes/Presidência da República
Miguel Figueiredo Lopes/Presidência da República
Presidente português (à dir.) recebe o nomeado primeiro-ministro: mudanças à vista

São Paulo – Indicado nesta quinta-feira (21) para primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro anunciou que apresentará a composição do novo governo daqui a uma semana, no dia 28. E confirmou a posse para 2 de abril, no mês em que o país celebrará os 50 anos da Revolução dos Cravos.

Advogado e líder da coligação Aliança Democrática, ele foi recebido pelo presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa. E afirmou, em sua página, que o país vai mudar: “De políticas, de rumo e de Governo”. 

Extrema direita cresce

Assim, com os resultados do exterior somados, o parlamento português teve alterações significativas, com avanço conservador. O PS, que havia obtido 41,37% dos votos e 120 cadeiras nas eleições anteriores, agora teve 28% e 78 assentos. O bloco da Aliança Democrática foi de 27,7% para 28,8% – de 72 para 80 cadeiras. Já o Chega, pela extrema direita, saltou de 7,18% para 18,1%, multiplicando o número de assentos de 12 para 50. No Brasil, esse partido teve 24,61% dos votos.

Dessa forma, tanto o atual primeiro-ministro (António Costa, do PS) como o futuro foram a Bruxelas encontrar-se com a presidenta da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Diante da turbulência interna, Montenegro garantiu “estabilidade no governo e no país”, assegurando que a transição de poder será tranquila.

Força da democracia

Em entrevista ao jornal Público, o pesquisador Iago Fernandes, professor de Ciência Política do Instituto Universitário de Lisboa (Iscte), enfatizou a “robustez” da democracia ante a ascensão do ultraconservadorismo. “A qualidade da democracia portuguesa é suficientemente robusta para que a sociedade portuguesa resista ao Chega e saiba conviver com ele, fazendo-o baixar de votação nos próximos anos”. Para ele, a crescente votação foi resultado de insegurança “no acesso aos serviços públicos e com a falta de habitação”.

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, que também se reuniu com o presidente da República, disse que os socialistas estão disponíveis para participar da construção do novo ciclo político. “O País ganhará em ter uma oposição forte e sólida e ganhará também se tiver no PS uma alternativa robusta à próxima solução de governo”, afirmou em rede social.