EUA negam envolvimento em morte de cientista iraniano em atentado à bomba

O ataque desta quarta-feira foi o quinto contra especialistas nucleares no Irã em dois anos (Foto: Sajad Safari/IIPA/ Reuters) São Paulo – O porta-voz da Casa Branca negou, nesta quarta-feira […]

O ataque desta quarta-feira foi o quinto contra especialistas nucleares no Irã em dois anos (Foto: Sajad Safari/IIPA/ Reuters)

São Paulo – O porta-voz da Casa Branca negou, nesta quarta-feira (11), envolvimento do governo dos Estados Unidos na morte de um cientista nuclear iraniano. A acusação partiu da própria administração do Irã, que atribuiu ao país norte-americano e a Israel a responsabilidade pelo atentado a bomba que vitimou o engenheiro químico Mostafa Ahmadi-Roshan, de 32 anos.

A explosão de uma bomba deixada por um motociclista perto da Universidade de Teerã, na manhã desta quarta-feira, num horário de grande movimentação, aconteceu quando Roshan deu partida no veículo.

“Os Estados Unidos não tiveram absolutamente nada a ver com isso”, afirmou o porta-voz da Casa Branca Tommy Vietor. “Nós condenamos fortemente todos os atos de violência, incluindo atos de violência como o que está sendo relatado hoje.”

Foi o quinto ataque contra especialistas nucleares no Irã em dois anos. Todos os atentados foram promovidos à luz do dia. Um dos ataques ocorreu exatamente há dois anos, em 11 de janeiro de 2010, matando o cientista Masoud Ali Mohammdi. A mais recente explosão também vitimou um passageiro do carro, segundo a mídia local. Um pedestre ficou ferido.

Em outro desses ataques, em novembro de 2010, o pesquisador Fereydoon Abbsi Davani, vinculado à Guarda Revolucionária iraniana, acabou ferido. Após o atentado, ele foi nomeado chefe do Organismo para a Energia Atômica iraniano.

Em agosto, o cidadão iraniano Majid Jamali-Fashi declarou, segundo fontes oficiais, ter recebido ajuda do Mossad, o serviço secreto israelense, para perpetrar atentado com moto-bomba contra Mohammadi, especialista em partículas nucleares. Jamali-Fashi foi condenado à morte.

Roshan, que se formou no ano de 2002 em Engenharia Química na Universidade de Sharif, a mais importante entre a comunidade científica do país, ocupava o cargo de subdiretor do departamento comercial da usina de Natanz, a maior do Irã, localizada na província de Isfahan, segundo a agência Fars.

“Israel é responsável por este atentado. O método se parece com o utilizado nos ataques contra os demais cientistas”, afirmou vice-governador da província de Teerã, Safar Ali Bratloo. As bomba são, segundo autoridades iranianas, de “natureza magnética”, usando o mesmo tipo de tecnologia empregada em ataques anteriores.

Para o vice-presidente iraniano, Mohamed Reza Rahimi, o episódio “não deterá o progresso do Irã”. “Aqueles que se dizem defensores do antiterrorismo atacam cientistas iranianos. Mas devem saber que eles estão mais resolvidos do que nunca a avançar nas aspirações da República Islâmica”, disse Rahimi.

O fato aconteceu duas semanas antes de a União Europeia promover, possivelmente no dia 23 de janeiro, um novo pacote de sanções contra o Irã para atacar setores petrolífero e bancário do país. A data é a da próxima reunião de ministros de negócios estrangeiros europeus. No início da semana, o Irã foi acusado de enriquecer urânio a quase 20% numa central nuclear supervisionada pela Agência Internacional de Internacional de Energia Atômica (Aiea).

Com informações da Reuters e do OperaMundi