Espanhóis criticam proposta de Zapatero por aumento no teto da dívida

População espanhola faz protesto virtual por medida que altera a Constituição e eleva o teto da dívida

São Paulo – A população espanhola fez duras críticas, nesta terça-feira (23), às medidas propostas pelo primeiro-ministro do governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, apresentadas em meio a uma crise financeira que agrava os desdobramentos da mais alta taxa de desemprego da zona do euro. As pessoas contestam a sugestão de Zapatero por uma reforma na Constituição espanhola com a finalidade de elevar o limite no déficit público, consequentemente aumentando a dívida nacional.

Apesar de não ter chegado ainda às ruas da capital espanhola, Madri, o protesto nas redes sociais ganhou grande destaque, alcançando a primeira posição no Trending Topics – ranking da rede social Twitter – espanhol, com a hashtag #yoquierovotar. Eles reivindicam um referendo para colocar o tema em votação popular no país.

Segundo o jornal espanho El País, alguns partidos políticos de oposição ao presidente do governo espanhol, como o Izquierda Unida (IU), também se colocaram na luta por uma ampla votação popular. “Os membros (do partido) que se consideram progressistas devem forçar um referendo sobre a reforma constitucional.”

Mesmo com a onda de protestos virtuais, Zapatero consultou o líder da oposição Mariano Rajoy, e o candidato socialista nas eleições gerais de 20 de novembro, Alfredo Pérez Rubalcaba, e considerou viável o avanço do tema entre os partidos. Para ele, essa medida reforçará o compromisso da Espanha com as “medidas de consolidação” e contribuirá para “fortalecer a economia internacional médio e longo prazo”.

Empenhado na consolidação da proposta, o presidente espanhol pediu “um trabalho construtivo” aos partidos políticos, destacando que a aprovação do aumento nos limites da dívida será importante para o futuro. Zapatero reconheceu ainda que no curto prazo o problema do desemprego será sentido pela sociedade.

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