Equador: Correa deixa presidência para se dedicar à campanha de reeleição

Favorito nas eleições de 17 de fevereiro, presidente deve ir para seu terceiro – e último – mandato; em 2009 não viu a necessidade de deixar o cargo para fazer campanha

Correa chega ao aeroporto de Quito, rumo a Guayaquil, em seu primeiro voo comercial como candidato (Foto: Agência Andes)

São Paulo – O presidente do Equador, Rafael Correa, se afastou hoje (14) do cargo para dedicar-se exclusivamente à sua campanha de reeleição. Os equatorianos vão às urnas no próximo 17 de fevereiro e, de acordo com as pesquisas de opinião, Correa é o favorito para ocupar o Palácio de Carondelet por mais quatro anos.

Se o resultado se confirmar, o presidente vai para sua terceira e última gestão – a segunda já dentro das regras da nova Constituição, aprovada em 2008. Seu primeiro mandato, iniciado em 2006, teve duração de apenas dois anos e meio. Praticamente todos os levantamentos realizados até agora apontam vitória do presidente já no primeiro turno. No Equador se dispensa a realização de segundo turno quando o vencedor das eleições obtém mais de 50% dos votos, como no Brasil, ou 40% com vantagem de ao menos 10 pontos sobre o rival mais próximo.

Na ausência de Correa, que ficará fora da presidência até dia 14 de fevereiro, o país será governado pelo vice, Lenin Moreno, que deixará a administração ao término do mandato para se dedicar a projetos acadêmicos e intelectuais – Moreno é deficiente físico e pretende dar continuidade a seus estudos nessa área. O novo companheiro de chapa de Rafael Correa é Jorge Glas, que já vinha ocupando cargos no primeiro escalão do governo. A dupla representa o partido Alianza País no pleito deste ano.

Contra a hegemonia do correísmo – que desde 2006 tem colecionado vitórias em consultas e referendos pelo Equador – competem sete candidatos. Até o momento, a principal ameaça a Rafael Correa tem sido o banqueiro Guillermo Lasso, do recém-fundado movimento Criando Oportunidades (Creo), que tem entre 15% e 25% da preferência popular. Outros candidatos são o ex-presidente Lucio Gutierrez, do Partido Sociedade Patriótica; o ex-ministro e ex-presidente da Assembleia Constituinte, Alberto Acosta, da Coordenadora Plurinacional das Esquerdas; e o veterano em eleições (vai para sua quinta peleja presidencial) e bilionário bananeiro Álvaro Noboa, do Partido Renovador Institucional Ação Nacional.