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Em Marrocos, terremoto mais forte em um século deixa mais de mil pessoas mortas

Epicentro dos tremores ocorreu nas montanhas do Alto Atlas e atingiu o centro de Marrocos, nesta sexta. Número de vítimas, que já faz desse terremoto o mais letal desde 1960, ainda é preliminar, segundo o Ministério do Interior

Said Echarif/Agência Anadolu
Said Echarif/Agência Anadolu
A televisão estatal Al-Aoula reportou nesta sábado (9) vários edifícios desabados perto do epicentro e um cenário de destruição

São Paulo – Um forte terremoto atingiu o Marrocos na noite dessa sexta-feira (8) e deixou pelo menos 1.037 pessoas mortas e mais de 1.200 feridas. Os números ainda são preliminares, de acordo com o Ministério do Interior do país, e o total de vítimas pode aumentar.

O tremor ocorreu por volta das 23h11 no horário local – 19h30 em Brasília –, e atingiu magnitude 6,8 nas montanhas do Alto Atlas. O local está a 70 quilômetros do sul de Marrakesh, cidade histórica e onde se concentra o maior número de mortos. O abalo também foi sentido com força em Al Haouz, Ouarzazate, Marrakesh, Azilal, Chichaoua e Taroudant. Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos, o sismo aconteceu a uma profundidade de 18,5 quilômetros e foi o mais forte a atingir a região nos últimos 100 anos, pelo menos, estima o USGS – na sigla em inglês.

Embora terremotos nesta região sejam comuns devido à sua localização entre as placas africana e euroasiática, o abalo do tamanho do desta sexta foi anormal. Desde 1900, foram registrados nove sismos com magnitude 5 ou superior, mas nenhum deles teve magnitude superior a 6. Ainda com número de vítimas indefinido, o tremor também é mais letal do país em cerca de 30 anos. Em 2004, ao menos 628 pessoas morreram e 926 ficaram feridas quando um terremoto atingiu Alhucemas, no nordeste do país.

Cenário de destruição

A televisão estatal Al-Aoula reportou nesta sábado (9) vários edifícios desabados perto do epicentro e um cenário de destruição. Na cidade antiga de Marrakesh, um Patrimônio Mundial da Unesco e densamente povoada, casas desabaram e trechos de ruas foram destruídas. Durante à noite, pessoas vasculhavam escombros manualmente em busca de sobreviventes, enquanto esperavam por equipamentos adequados, conforma relatou o morador Id Waaziz Hassan à agência Reuters.

“A população nessa região vive em estruturas altamente vulneráveis a abalos sísmicos”, afirmou o USGS. O terremoto danificou partes das muralhas históricas de Marrakech, de acordo com a TV estatal do país. As fortificações são um conjunto de muralhas defensivas que circundam os bairros históricos de Marrakech e foram construídas pela primeira vez no início do século XII.

O chefe da cidade de Talat N’Yaaqoub, Abderrahim Ait Daoud, declarou ao site de notícias marroquino 2M que várias casas em cidades da região de Al Haouz também desabaram parcial ou totalmente. Desde então, a eletricidade foi cortada e há estradas bloqueadas em alguns trechos.

Ajuda internacional

Diante da tragédia, o porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, informou em comunicado que “as Nações Unidas estão prontas para ajudar o governo marroquino”. Autoridades de outros países também ofereceram ajuda ao país. O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, iniciou seu discurso de abertura da Cúpula do G20, que ocorre neste sábado em seu país, oferecendo suas “sinceras condolências a todos os afetados” pelo terremoto.

“É meu desejo que todos os feridos se recuperem rapidamente. Neste momento difícil, os meus pensamentos estão com Marrocos e estamos preparados para oferecer toda a assistência possível”, declarou.

(*) Com informações da CNN e Folha de S. Paulo