Com nova manifestação convocada, Bahrein cancela GP de Fórmula 1

São Paulo – Um novo protesto foi convocado para esta terça-feira (22) por grupos oposicionistas em Bahrein. Há uma semana, manifestações ocorrem na ilha localizada no Golfo Pérsico. A promessa […]

São Paulo – Um novo protesto foi convocado para esta terça-feira (22) por grupos oposicionistas em Bahrein. Há uma semana, manifestações ocorrem na ilha localizada no Golfo Pérsico. A promessa dos ativistas é reunir um número de pessoas ainda maior do que nos últimos dias. Em função desse clima, o Grande Prêmio (GP) de Fórmula 1 que abriria a temporada da categoria, foi cancelado.

A revelação de que sete pessoas morreram não assustou os manifestantes xiitas contrários ao governo sunita do rei Al Khalifa. Os manifestantes mantêm a concentração na Rotatória da Pérola, na capital Manama. A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, reiterou no domingo (20) que as mortes de manifestantes no Bahrein são “inaceitáveis”.

A família real do Bahrein pertence à minoria sunita, enquanto a maioria dos manifestantes (e da população) é xiita e reclama de discriminação. O príncipe herdeiro Salman bin Hamad Al Khalifa foi indicado como responsável por negociar uma transição. Líderes da oposição não definiram se vão aceitar a oferta de diálogo.

Os ativistas defendem a instauração de uma monarquia constitucional, em que o primeiro-ministro seria escolhido pelo parlamento. Atualmente o cargo é indicado pelo rei, o que permite que mantenha-se no cargo um membro da família real há 40 anos.

Fórmula 1

A decisão de cancelar o GP do Bahrein foi anunciada nesta segunda-feira (21) por Salman Al Khalifa. O evento estava marcado para 13 de março. “Temos que manter o foco nos temas imediatos de interesse nacional e deixar (o GP) para uma data futura”, disse o príncipe. “Após os eventos da semana passada, a prioridade da nação é superar a tragédia, curar as divisões e redescobrir o tecido que une o país.”

O Bahrein é um dos vários países árabes que vêm enfrentando manifestações pró-democracia, uma onda que começou com a queda do presidente da Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali, em janeiro. Na sequência, protestos populares também forçaram a saída do presidente do Egito, Hosni Mubarak, no último dia 11. Também são registrados protestos em países como Irã, Iêmen, Líbia e Argélia.