Cofundador da Apple cobra regulamentação da IA e responsabilidade das ‘big techs’
Steve Wozniak argumenta que “a inteligência artificial é tão inteligente que está aberta às pessoas mal-intencionadas” e cobra big techs: “Sentem que podem se safar de qualquer coisa”
Publicado 09/05/2023 - 18h48
São Paulo – O cofundador da Apple, a mente por trás das criações tecnológicas da empresa, Steve Wozniak, é mais um nome da tecnologia a alertar sobre riscos da inteligência artificial (IA). Em entrevista divulgada hoje (9) pela BBC, ele afirma ser urgente regular o setor. Países de todo o mundo correm para estabelecer limites para a IA. Entre os mais avançados, China, Estados Unidos e União Europeia. Enquanto isso, o Brasil sofre com a articulação das big techs e da extrema direita contrários a qualquer tipo de proteção do usuário.
Para Wozniak, a IA tende a avançar de forma cada vez mais veloz. Cada vez mais os mecanismos que trabalham com aprendizado de máquina (machine learning) e redes neurais profundas (deep learning) constroem conteúdos potentes e fieis em reproduzir linguagens e criações antes restritas a humanos. Então, diante de mentes maliciosas, a IA pode se tornar uma arma em potencial. A ausência de responsabilização pelos conteúdos é um dos problemas. Em xeque, como as primeiras vítimas, organizações sociais como o próprio Estado Democrático de Direito.
“A inteligência artificial é tão inteligente que está aberta às pessoas mal-intencionadas, aquelas que querem te enganar sobre quem elas são”, apontou o veterano, pioneiro da explosão do Vale do Silício. “Um ser humano realmente tem que assumir a responsabilidade pelo que é gerado por inteligência artificial”, completou.
Então, o que está em foco também é uma completa ausência de compromissos éticos e com a verdade destes mecanismos. Na prática, a IA chamada de generativa basicamente responde a comandos e realiza um encadeamento lógico de sentenças, números e ações.
Inteligência Artificial e as big techs
Então, Wozniak chama à responsabilidade as big techs. Para o desenvolvedor, estas empresas “sentem que podem se safar de qualquer coisa”. Por outro lado, reconhece a dificuldade em alcançar uma regulação efetiva. Isso porque o dinheiro tende a sobressair nas relações políticas. “Acho que as forças que buscam dinheiro geralmente vencem, o que é meio triste”. Se Wozniak vê com clareza isso nos Estados Unidos, no Brasil não é diferente. O lobby destas empresas vem crescendo de forma inédita nos últimos meses, o que levou, inclusive, à suspensão da apreciação do PL das Fake News pela Câmara dos Deputados.
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