Chávez: é preciso preparar fim de relações com Colômbia

Venezuelano acusa que país vizinho vive da narcoeconomia e é uma base de operação ianque; Deputado colombiano acusa que Uribe tentou comprar seu voto

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou que nem “70 mil bases ianques” podem parar a Revolução Bolivariana (Foto: Marcelo García. Prensa Presidencial)

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou que é preciso “preparar a ruptura de relações com a Colômbia, porque a burguesia deste país nos odeia”. Depois da ameaça de retaliação feita pelo colombiano Álvaro Uribe por ingerência venezuelana, Chávez rebateu afirmando que as bases militares dos Estados Unidos a serem instaladas na Colômbia “são uma declaração de guerra contra o povo venezuelano. Quão imoral é o governo colombiano ao acusar-nos de ingerência”.

Na sequência, ele acusou que o Estado colombiano não está interessado “em acabar com o narcotráfico porque é uma nação que vive disso. Vivem de uma narcoeconomia, ou seja, de um narcoestado”. Para Chávez, a Colômbia se transformou “em uma base de operação ianque que ameaça a nós e a todo o continente”.

Terceiro mandato

A Câmara de Representantes da Colômbia prepara para esta quarta-feira (26) a votação que autoriza a realização de um referendo para que a população decida se o presidente Álvaro Uribe pode concorrer a um terceiro mandato.

A sessão de terça-feira (25) durou nove horas e foi marcada por vários momentos tensos. O pior deles foi protagonizado pelo deputado José Rozo, do Câmbio Radical, que acusou ter sofrido uma tentativa de suborno por parte do governo. Ele afirmou que uma funcionária de Álvaro Uribe o procurou para que apoiasse a iniciativa.

Além disso, parte dos 92 congressistas poderiam sofrer o impedimento de votar o tema por serem investigados pela Corte Suprema de Justiça. Os parlamentares são acusados de irregularidades na primeira rodada de votação na Câmara, que no entanto decidiu que eles estão autorizados a votar.

Depois de passar pelo crivo dos deputados, o projeto segue para a Corte Eleitoral, que tem até 120 dias para dar um parecer. Caso seja emitido sinal verde à iniciativa, o governo pode assinar um decreto e convocar o referendo.