Acusados de abuso sexual no Haiti, uruguaios recebem liberdade condicional

Soldados uruguaios em cerimônia de agosto de 2011. Vídeo divulgado ampliou críticas à presença de tropas da ONU no Haiti (Foto: © Logan Abassi/Minustah – ONU) São Paulo – Quatro […]

Soldados uruguaios em cerimônia de agosto de 2011. Vídeo divulgado ampliou críticas à presença de tropas da ONU no Haiti (Foto: © Logan Abassi/Minustah – ONU)

São Paulo – Quatro meses depois de serem afastados das Forças Armadas uruguaias e presos, os seis oficiais da Marinha acusados de abuso sexual contra um homem de 18 anos no Haiti receberam o direito à liberdade condicional. Eles deixaram a prisão no Uruguai onde permaneciam desde meados de setembro de 2011. Os processos correm separadamente nas justiças militar e comum do Uruguai, e há informações de que o caso pode ser arquivado por dificuldades para se localizar e colher o depoimento da vítima.

O episódio veio a públio no início de setembro do ano passado, quando um vídeo divulgado na internet mostrou imagens do abuso. Os soldados foram retirados do país centro-americano, onde integravam a Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah), e detidos no Uruguai. 

Segundo a agência Associated Press, o vice-ministro de Defesa uruguaio, Jorge Menendez, declarou que autoridades do país não conseguiram fazer contato com a vítima. A agência de notícias afirma ter localizado o haitiano, que declarou que está disposto a prestar depoimento no Uruguai.

A ação dos capacetes azuis – como são chamados os militares da missão comandada pelo Brasil, em alusão ao equipamento usado por missões de paz da ONU – é questionada no Haiti desde o início, em 2004. Há acusações de abusos e excessos, além de questionamentos relacionados à soberania do país. Pela gravidade do episódio recente, envolvendo abuso sexual, as críticas aumentaram.

Mesmo diante das contestações, o mandato da missão foi renovado pelo Conselho de Segurança da ONU em outubro. O Brasil tem o comando da Minustah e o maior efetivo de soldados e vem defendendo, por meio de Celso Amorim, ministro da Defesa, a adoção de um cronograma de retirada de tropas.

Com informações do OperaMundi