Choque de realidade

Zelensky admite que Ucrânia está fora da Otan. Rússia assume controle de fronteira da Crimeia

Chanceler russo, Sergei Lavrov, disse que seu país está freando a guerra conduzida há oito anos pela Ucrânia contra a população de Donbass

Sputnik / Said Tsarnaev
Sputnik / Said Tsarnaev
Exercício do Exército russo com tanque T-72B3, recebido por Moscou em 2017

São Paulo – O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, aparentemente, teve um choque de realidade nesta terça-feira (15), ao admitir que seu país não tem como fazer parte da Otan. “A Ucrânia não é um membro da Otan. Entendemos isso. Durante anos, escutamos que as portas estavam abertas, mas também escutamos que não podíamos nos unir. Esta é a verdade e temos de reconhecê-la”, disse, num misto de lamentação e reclamação. Ele acrescentou saber que “a porta da Otan não está aberta” para a Ucrânia.

Membros da Otan e os próprios Estados Unidos, que comandam a aliança atlântica, têm reiterado que não há possibilidade de implementar uma exclusão aérea sobre a Ucrânia, o que poderia provocar a uma guerra mundial. Zelensky reclamou dizendo que os europeus ficaram “hipnotizados” pelo medo de um conflito global e nuclear “que teria o potencial de acabar com a civilização humana”, segundo o site russo RT.

As negociações entre os países em conflito não evoluíram nos últimos dias. A Rússia tem fechado o cerco à capital Kiev. O Ministério da Defesa russo informou que o Exército assumiu controle total da região de Kherson, no sul do país, ao norte da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.

Controle de Kherson

ucrânia otan
Rússia divulga imagem de destruição de veículos de combate ucranianos

“As Forças Armadas da Rússia assumiram o controle total de todo o território da região de Kherson”, disse Igor Konashenkov, representante do ministério. Segundo Moscou, a aviação eliminou 136 alvos militares ucranianos, incluindo sete centros de comando e de comunicação das forças ucranianas e quatro sistemas de mísseis. Em 24 horas, os russos abateram 16 alvos aéreos ucranianos, seis dois quais eram drones.

O Ministério da Defesa também informou que no aeródromo militar na região de Kramatorsk (sudeste da Ucrânia e norte de Donetsk) foram eliminados três hangares com quatro caças-bombardeiros Su-25 e seis helicópteros ucranianos. Os paraquedistas russos teriam capturado ainda 10 complexos de mísseis americanos Javelin, que serão entregues às milícias de Donetsk e Lugansk.

“Freando guerra contra Donbass”

Após conversa com o ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir-Abdollahian, o chanceler russo, Sergei Lavrov, disse que seu país está freando a guerra conduzida há oito anos pela Ucrânia contra a população de Donbass. “(Amir-Abdollahian) transmitiu os desejos do sr. [Dmitry] Kuleba (chanceler ucraniano) de que é necessário parar a guerra rapidamente. Posso assegurar-lhes que é exatamente isso que estamos fazendo”, destacou Lavrov, segundo o Sputnik Brasil.

Tanto em Donbass como na Crimeia há predominância de habitantes de origem russa. A partir da guerra civil na Ucrânia, desencadeada com o golpe de 2014, essa população passou a ser hostilizada por grupos paramilitares neonazistas ucranianos, como mostra reportagem do Brasil de Fato.  Nesta segunda-feira (14), ucranianos e seu apoio neonazista, segundo a Rússia, atacaram o centro da cidade de Donetsk. O ataque, com munições de fragmentação do sistema Tochka-U, provocou a morte de 20 civis e ferindo dezenas.

Na primeiras horas de domingo (13), a Rússia atacou  centros de treinamento de mercenários estrangeiros em duas localidades na Ucrânia. Foram mortos nos ataques 180 desses “combatentes voluntários”. De acordo com Igor Konashenkov, do Ministério da Defesa da Rússia, a operação foi realizada “com armas de alta precisão e de longo alcance”, na localidade de Starichi e no polígono militar Yavorovsky.

Com informações de Sputnik Brasil

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