Crise climática

Áreas atingidas no Rio Grande do Sul estão em alerta com avanço de nova frente fria

Previsão do tempo é de mais chuvas paras as regiões onde 850 mil pessoas já foram duramente afetadas. O número de mortes subiu para 83 e há cidades praticamente 100% alagadas na região metropolitana de Porto Alegre

Ricardo Stuckert/PR
Ricardo Stuckert/PR
Serra, Litoral Norte e Região Metropolitana de Porto Alegre permanecem em alerta para mais tempestades

São Paulo – A chegada de uma nova frente fria no Rio Grande do Sul deixa em alerta áreas já atingidas pelas fortes chuvas que atingem o estado desde o final de abril. De acordo com a Climatempo, a previsão aponta formação de nuvens carregadas na Argentina, que podem se deslocar para o alto mar, influenciando o aumento da chuva em todo o território gaúcho que já enfrenta situação de calamidade pública em 345 municípios.

O novo balanço da Defesa Civi, divulgado às 9h desta segunda-feira (6), mostra que 850.422 pessoas foram afetadas. O número de mortes confirmadas também subiu de 78, neste domingo (5), para 83. Há ainda 111 pessoas desaparecidas e 276 feridas. E quase 122 mil estão desalojadas. A cidade de Eldorado do Sul, na região metropolitana, está praticamente 100% inundada, segundo autoridades.

Diante do avanço da nova frente fria, as regiões do Litoral Sul e o Sul do estado devem registrar chuva a qualquer momento do dia. No Oeste e na Campanha gaúcha, apesar do sol nesta manhã, o Climatempo indica que as pancadas de chuvas podem ganhar força a partir da tarde. O temporal deve dar uma trégua nas regiões Central, Litoral Norte, Serra, Vales e Região Metropolitana de Porto Alegre.

Previsão do tempo

Na terça, com o deslocamento da frente fria na Argentina, a previsão é de chuva nas regiões Oeste e Sul do Rio Grande do Sul. Assim como na Fronteira Oeste e na Campanha. Já as regiões do Litoral Norte, Serra, Vales e Região Metropolitana da capital gaúcha devem seguir com o tempo aberto. A situação pode melhorar em parte do estado a partir de quinta (9), quando uma área de alta pressão deve inibir a formação de nuvens carregadas sobre as regiões Sul, Central e Fronteira Oeste.

Segundo o serviço de meteorologia, as temperaturas também devem cair e fazer frio nas áreas que fazem divisa com Argentina e Uruguai. “A situação continua preocupante nas áreas mais vulneráveis”, destaca a apresentadora do Climatempo Luíza Cardoso.

Desde que o temporal começou no Rio Grande do Sul, na última quarta (2), autoridades o apontam como o pior desastre climático da história gaúcha. A última catástrofe ambiental no estado havia ocorrido em setembro de 2023, quando 54 pessoas morreram depois da passagem de um ciclone extratropical. Agora, o total de mortes está bem acima do anterior.

Destruição no Rio Grande do Sul

O governo estadual também divulgou que pelo menos 261 mil pontos do estado estão sem energia elétrica. O que representa 27% do total de clientes. E mais de 854 mil estão sem abastecimento de água – os mesmo 27% do total.

As chuvas provocam ainda danos e alterações no tráfego nas rodovias. São 110 trechos em 61 rodovias com bloqueios totais e parciais, entre estradas e pontes. As informações são do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer). Segundo a Secretaria de Logística e Transportes (Selt), há um trabalho em curso para desobstruir as estradas o mais rápido possível.

Também foram divulgados dados em relação às escolas afetadas pelas enchentes. A lista inclui as que foram danificadas, servindo de abrigo, com problemas de transporte e de acesso, entre outras questões. Nessa situação, há 733 escolas em 229 municípios, com 247.228 estudantes impactados.

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