Vítimas da guerra

Lula afirma que ‘Brasil continuará lutando por paz para os povos de Israel e Palestina’

Presidente divulgou nota de pesar pela morte do brasileiro Michel Nisembaum, refém do Hamas.
Brasil havia se somado aos EUA e outros 15 países numa petição pela libertação imediata de todos os reféns

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Michel Nisenbaum tinha 59 anos, nasceu em Niterói, no Rio de Janeiro, e morava perto de Gaza havia mais 40 anos

São Paulo – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) divulgou nota de pesar pela morte do brasileiro Michel Nisembaum, confirmada nesta sexta-feira (24). Nisembaum foi o único brasileiro refém do Hamas no ataque de 7 de outubro do ano passado. As Forças Armadas de Israel afirmaram ter encontrado hoje seu corpo durante uma operação militar em Jabalia, no norte da Faixa de Gaza.

Na rede X – antigo Twitter – Lula destacou ter recebido com “imensa tristeza” a notícia e que conheceu os familiares da vítima. O presidente também frisou que “o Brasil continuará lutando, e seguiremos engajados nos esforços para que todos os reféns sejam libertados, para que tenhamos um cessar-fogo e a paz para os povos de Israel e da Palestina”, escreveu.

Na operação desta sexta, Israel disse que soldados recuperaram também o corpo de outras duas pessoas feitas refém pelo Hamas e entraram em confronto com o grupo durante a operação. As famílias das três vítimas já foram informadas, segundo os militares israelenses. Nas redes sociais, uma das filhas de Nisembaum, Hen Mahlouf, lamentou a morte do pai. “Quem diria que essa seria nossa história, que esse seria seu fim. Nosso papi, o coração está partido”, publicou Mahlouf.

Refém do Hamas

No dia do ataque, Michel estava dirigindo enquanto fazia uma ligação para conversar com familiares, quando o sinal caiu. Quando a família no Brasil tentou reestabelecer o contato, alguém atendeu o celular e disse duas vezes a palavra “Hamas”, segundo depoimento dos familiares ao g1. Esta era a última informação que os parentes tinham sobre o paradeiro de Michel.

Em outras tentativas de contato, também era ouvida a palavra “Hamas”. Além disos, a família recebeu um vídeo que mostrava a carteira de motorista de Nisembaum com os terroristas. No 7 de outubro, pelo menos 1,2 mil pessoas foram mortas pelo Hamas. Outras cerca de 250 pessoas foram sequestradas e levadas para a Faixa de Gaza.

Em resposta, Israel deu início a uma ofensiva militar que segue até hoje e já assassinou mais de 35 mil palestinos – a maioria mulheres e crianças.

Engajamento do Brasil

Em entrevista ao UOL, nesta sexta, o assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, destacou que Brasil “fez todo o possível” para libertar os reféns capturados pelo Hamas. “Mas que infelizmente veio agora essa triste notícia” da morte do brasileiro Michel Nisenbaum.

Nisenbaum tinha 59 anos, nasceu em Niterói, no Rio de Janeiro, e morava perto de Gaza havia mais de 40 anos. Amorim ressaltou que, no final de abril, o Brasil se juntou aos Estados Unidos e outros 15 países numa petição pela liberação imediata de todos os reféns. “A situação estava nos angustiando tanto que assinamos sem qualquer tipo de exigência. O documento dizia que só a liberação imediata dos reféns poderia levar a um cessar-fogo”, explicou.

Nesta quarta-feira (22), em um gesto coordenado e histórico, a Espanha, Irlanda e Noruega reconheceram a independência e soberania do Estado da Palestina. Com o anúncio, esses países europeus passam a integrar a lista com cerca de 142 outros com o mesmo posicionamento. O reconhecimento será formalizado na próxima terça (28).

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