Na Celac, Lula denuncia ‘carnificina’ em Gaza e pede fim do bloqueio a Cuba
“É preciso parar a carnificina em nome da sobrevivência da humanidade”, disse Lula, citando o massacre de mais de 100 palestinos famintos que horrorizou o mundo
Publicado 01/03/2024 - 18h37
São Paulo – Durante a 8ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou como “carnificina” as operações israelenses na Faixa de Gaza. Ele sugeriu uma moção pelo fim imediato do “genocídio” contra os palestinos. E instou os países que compõem o Conselho de Segurança da ONU a porem um fim à “matança”, deixando suas diferenças de lado.
Além disso, o presidente brasileiro também disse que o fim do bloqueio a Cuba e a soberania argentina das Malvinas “interessa a todos” os países que integram a Celac, em reunião de chefes de Estado nesta sexta-feira (1º), em Kingstown, capital de São Vicente e Granadinas.
Sobre o conflito em Gaza, Lula afirmou que afirmou que Israel impõe uma “punição coletiva” aos palestinos. Ele mencionou o ataque que matou mais de 100 palestinos desesperados por comida na última quinta-feira (29).
“As pessoas estão morrendo na fila para obter comida. A indiferença da comunidade internacional é chocante. Eu quero aproveitar a presença do nosso querido companheiro secretário-geral da ONU, António Guterres, para propor uma moção da Celac pelo fim imediato desse genocídio”, afirmou.
“Já são mais de 30 mil mortos. As vidas de milhares de mulheres e crianças inocentes estão em jogo. As vidas dos reféns do Hamas também estão em jogo”, prosseguiu. “A nossa dignidade e humanidade estão em jogo. Por isso é preciso parar a carnificina em nome da sobrevivência da humanidade, que precisa de muito humanismo.”
Nesse sentido, Lula apelou tanto a Guterres, como ao Japão, que assume a presidência do Conselho de Segurança, que pautem a discussão. Os Estados Unidos, país com assento permanente, já vetou três resoluções que pediam um cessar-fogo. “Quero pedir aos cinco membros permanentes que deixem de lado suas diferenças e ponham fim a essa matança”.
Cuba e Malvinas
“Defender o fim do bloqueio a Cuba e a soberania argentina nas Malvinas interessa a todos nós. Todas as formas de sanções unilaterais, sem amparo no Direito Internacional, são contraproducentes e penalizam os mais vulneráveis”, ressaltou o presidente brasileiro.
Na Celac, assim como fez durante o encerramento da 46ª Conferência de Chefes de Governo da Comunidade do Caribe (Caricom), na Guiana, na última quarta (28), Lula voltou a condenar o aumento dos gastos militares em todo o mundo. E afirmou que a região da América Latina e Caribe devem servir como “exemplo” na busca pela paz.
“Num momento em que os gastos militares globais ultrapassam 2 trilhões de dólares por ano, recuperar o espírito de solidariedade, diálogo e cooperação não poderia ser mais atual e necessário. Num mundo em que tantos conflitos vitimam milhares de inocentes, sobretudo mulheres e crianças, nossa região deve ser um exemplo de construção da paz”.