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Gleisi critica Netanyahu por atacar postura de Lula contra o genocídio de Israel em Gaza

Israel não dá trégua e já deixa mais de 10 mil crianças palestinas mortas na Faixa de Gaza. “Lula não deve recuar”, afirma Gleisi

Moreira Mariz/Agência Senado
Moreira Mariz/Agência Senado
Segundo Gleisi Hoffmann, Netanyahu deveria se preocupar mais com a rejeição internacional que sua política de extermínio do povo palestino tem despertado

São Paulo – A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), apoiou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre sua postura contrária ao genocídio da população palestina na Faixa de Gaza. Ela reforçou que não deve recuar de sua posição. A deputada também criticou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Ela disse que ele não “tem autoridade moral” para repreender quem denuncia as políticas israelenses em relação aos palestinos.

Hoje (19), em meio a uma escalada de tensões diplomáticas, o governo de Israel anunciou que o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva é “persona non grata“. Então, a decisão vem na sequência de declarações de Lula durante a 37ª Cúpula da União Africana, na Etiópia. Lá, ele comparou as ações de Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto.

Política genocida de Netanyahu

Segundo Gleisi Hoffmann, Netanyahu deveria se preocupar mais com a rejeição internacional que sua política de extermínio do povo palestino tem despertado. Então, ela ressaltou o número alarmante de mortes na população palestina, especialmente de crianças, e destacou que Israel deveria considerar um cessar-fogo em vez de retaliar com mais violência.

Mais de 29 mil palestinos morreram em ações de retaliação aos ataques do Hamas desde 7 de outubro, de acordo com fontes oficiais. Do lado israelense, pouco mais de 1.200 pessoas perderam suas vidas, segundo números divulgados. Entre os palestinos, mais de 60% deles crianças e mulheres civis.

A declaração de “persona non grata” é uma medida diplomática extrema, usada para indicar que um indivíduo é considerado indesejável pelo país anfitrião. Esta decisão pode ter consequências significativas para as relações entre Brasil e Israel, levando a um agravamento das tensões diplomáticas entre os dois países.

O Ministério das Relações Exteriores brasileiro ainda não se pronunciou sobre a questão. Enquanto isso, a tensão entre os dois países continua a crescer, deixando incertezas sobre o futuro das relações bilaterais.

Mais apoio

Nas redes sociais também cresce o apoio às críticas de Lula. O movimento social Comitê Popular do Centro de São Paulo publicou no fim desta tarde um abaixo-assinado em defesa da postura do petista. Em poucas horas, mais de 2,3 mil pessoas já assinaram. Leia o texto na íntegra:

Lula tem razão: governo de Israel faz um genocídio do povo palestino em Gaza

A histórica declaração do presidente Lula em Adis Abeba, na Etiópia, deixou ainda mais claro e evidente o genocídio praticado pelo governo Netanyahu contra o povo palestino.

Ao comparar as práticas criminosas do regime sionista com os métodos nazistas do Holocausto, apontou para o mundo, de forma muito clara, a dimensão da tragédia humanitária em curso.

A mensagem do mandatário brasileiro foi direta: o Estado de Israel não pode usurpar e desrespeitar a memória judaica do sofrimento nos campos de extermínio para agredir, de forma semelhante, a um outro povo.

Contra as palavras do presidente Lula, erguem-se as vozes mais reacionárias do planeta e de nosso país, cúmplices do genocídio comandado pelo governo Netanyahu.

Em solidariedade ao líder do povo brasileiro, subscrevemos esse manifesto.

Presidente Lula, ao seu lado estão os povos do mundo, as forças democráticas e o que a humanidade tem de melhor.