Massacre

‘Eles só queriam comer’: Israel mata 104 palestinos que tentavam receber alimentos

Vítimas da violência de Israel, palestinos em Gaza morrem por tiro, bomba e fome. Mais de 100 foram assassinados enquanto buscavam ajuda

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A fome também é parte da estratégia sionista neste massacre. Hoje (29), milhares tentavam receber comida fruto de ajuda humanitária. Israel aproveitou a multidão e abriu fogo

São Paulo – Israel ataca a Faixa de Gaza e o direito internacional em diferentes frentes. De um lado, já deixa mais de 30 mil mortos, maioria mulheres e crianças. Mais de 75% do território palestino está em ruínas. As fazendas que costumavam alimentar o povo não existem mais. A fome também é parte da estratégia sionista neste massacre. Hoje (29), milhares tentavam receber comida fruto de ajuda humanitária. Israel aproveitou a multidão e abriu fogo. Pelo menos 104 mortos e mais de mil feridos.

Tudo isso filmado, aos olhos da comunidade internacional que pouco consegue fazer. Alguns, como o governo brasileiro, tentam engrossar a voz. Contudo, a blindagem dos Estados Unidos segue firme contra propostas de paz. Ao mesmo tempo, parte da imprensa comercial evita noticiar o óbvio. “Confusão em distribuição de comida em Gaza deixa mais de cem mortos”, noticiou o portal G1, do grupo Globo. “Confusão”, na verdade crua, significa o assassinato sistemático de milhares de civis; a destruição completa de um povo, uma cultura, em um processo conhecido pelos árabes como Nakba.

Israel e o ‘massacre da farinha’

Não há sinais de que o governo de Benjamin Netanyahu cessará o massacre. Ao contrário, a islamofobia e o racismo contra árabes está em um momento de especial fervor. No dia 10 de março começa o período do sagrado Ramadã. Durante o período, os muçulmanos dedicam tempo para rezas, jejum e caridade. Contudo, Israel já anunciou que vai impedir a prática religiosa em templos no território invadido pelos sionistas a partir de 1948, particularmente em Jerusalém.

Ainda sobre o assassinato dos famintos hoje, a Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) chamou o ato de “massacre da farinha”. Documentação de “Israel” fuzilando civis. De acordo com chefe da enfermagem do hospital Al-Shifa: ‘Todos os ferimentos resultam de tiros e projéteis de artilharia; alegações de pisoteamento são inventadas’.

“Israel assume que fuzilou civis, mas alega que parte das mortes seriam por pisoteamento, no entanto, a única coisa que as imagens divulgadas pelo exército de “Israel” mostram é a situação calamitosa do uso deliberado e sistemático da fome como arma de guerra por “Israel”, com mortes diárias de crianças palestinas por desnutrição”, completa a entidade.

Repercussões

O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação do governo Lula, Paulo Pimenta, disse que o que o mundo vê em Gaza “não é guerra. É genocídio”. “Ao menos 104 pessoas morreram e 700 ficaram feridas durante ataque promovido pelo exército de Israel contra a população civil de Gaza. As pessoas estavam em fila esperando por água e comida. Não podemos calar diante deste massacre”, completou.

Então, o senador Humberto Costa (PT-CE) reafirmou o nome correto para a situação. “Uma das definições de genocídio é submeter intencionalmente determinado grupo a condições de existência capazes de ocasionar-lhe a destruição física total ou parcial. Hoje, mais de 100 pessoas morreram na tentativa de conseguir ajuda humanitária em Gaza. Queriam somente comer.”

Então, nas redes sociais, a sentença “é genocídio” figurou durante todo o dia entre os assuntos mais comentados. “Civis palestinos corriam desesperados por um pouco de comida em direção aos caminhões de ajuda humanitária. Foram mortos por Israel. Mas o mainstream media está mais preocupado com o presidente Lula ter chamado o que acontece em Gaza de genocídio”, criticou o cartunista Carlos Latuff.