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Secretário-geral da ONU adverte para guerra nuclear como ‘possibilidade’

Rússia diz que “posições de fogo” ucranianas perto de Mariupol foram destruídas, e que ucranianos fazem ataque “terrorista” a Donetsk

Fotos: Reprodução (Redes sociais) e Eskinder Debebe/ ONU - Arte Leandro Siman
Fotos: Reprodução (Redes sociais) e Eskinder Debebe/ ONU - Arte Leandro Siman
António Guterres (no destaque) falou hoje sobre impactos devastadores que conflito pode provocar no mundo

São Paulo – O secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, fez um discurso alarmante nesta segunda-feira (14), antes de reunião do Conselho de Segurança da ONU.Guterres afirmou que a “escalada” da guerra na Ucrânia, “por acidente ou planejamento”, ameaçará toda a humanidade. Assim, advertiu para a possibilidade de uma hecatombe, pois uma guerra nuclear estaria “dentro do reino da possibilidade”. Segundo ele, o conflito na Europa “não terá vencedores, apenas perdedores”, pois a guerra vai muito além da Ucrânia. “Uma espada de Dâmocles paira sobre a economia global, especialmente no mundo em desenvolvimento”, acrescentou.

Antonio Guterres advertiu tanto para uma possível guerra nuclear entre superpotências, quanto para as consequências que acabarão recaindo paras as populações mais pobres do mundo. Isso porque o conflito já repercute em escassez de alimentos e inflação. De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi), a Rússia é o maior exportador de trigo do mundo. Os dois países em guerra, juntos, respondem por 30% das exportações mundiais de trigo, em média. Desse modo, produtos básicos como pão e macarrão deverão ser violentamente impactados. Guterres afirmou que a ONU pretende alocar US$ 40 milhões para fornecer comida, ajuda e dinheiro a civis ucranianos afetados pelo conflito.

Diálogos

O chefe da ONU informou ter tido contato indireto com o presidente russo, Vladimir Putin, para discutir o fim da guerra. As Nações Unidas teriam contatado vários países, incluindo a China, para tentar ajudar na intermediação e solução para o conflito. Representantes russos e ucranianos se reuniram virtualmente nesta segunda-feira – na quarta rodada de negociações de paz –, mas o diálogo foi interrompido e será retomado amanhã. Prosseguindo com seu jogo retórico, mas sem base na realidade, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse neste domingo (13) esperar um encontro pessoal com Putin.

Na mídia não alinhada aos interesse ocidentais de Estados Unidos e Otan, Zelensky é considerado um fantoche de Washington. O que o líder ucraniano, de fato, tem tentado conseguir é uma “zona de exclusão aérea” sobre seu país. Isso significaria dar à aliança ocidental a possibilidade concreta de derrubar aeronaves russas em seu espaço aéreo, no mínimo.

Os EUA descartam essa medida e afirmam que não enfrentarão a Rússia diretamente, a não ser que um membro da Otan seja atacado. Um confronto como esse é o pesadelo dos analistas mais preocupados com a possibilidade de uma guerra nuclear. Hoje, Zelensky pediu ao presidente americano, Joe Biden, para impor novas sanções à Rússia. A China acusou hoje os EUA de espalharem desinformação sobre seu papel no conflito. O Ministério das Relações Exteriores chinês rejeitou a informação norte-americana de que Moscou pediu ao regime de Xi Jinping ajuda militar e econômica para a “operação especial” na Ucrânia.

Ocupação

O Ministério da Defesa russo afirmou, segundo o site Sputnik Brasil, que “quase todas as posições de fogo equipadas pelos neonazistas nos arredores de Mariupol”, no sul da Ucrânia, foram destruídas. Por outro lado, um ataque ucraniano com míssil de fragmentação Tochka-U matou 20 civil e deixou 28 feridos em Donetsk, no leste da Ucrânia, região separatista pró-russa. O objetivo do “ataque terrorista”, segundo a república independente, teria sido o de atacar civis. Por isso, o deputado ucraniano Ilya Kiva afirmou que o bombardeio é um crime militar de Zelensky e seus soldados.

No domingo, um ataque do exército da Rússia teve como alvo uma base de mercenários em Starychi (perto de Lviv, oeste do país) que trabalham para “uma tropa de elite na unidade de estrangeiros aliados ao exército ucraniano”, segundo a mídia ocidental e parte da brasileira. Entre esses “combatentes” está o instrutor de tiro brasileiro Tiago Rossi, de Maringá (PR), que conseguiu escapar. O local é muito próximo á fronteira com a Polônia. O número de mortos vai de 40 a 200, dependendo da fonte.

A Guerra já provoca o que seja talvez o maior êxodo de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. O número de pessoas nessa situação que partiram do país do Leste Europeu, por exemplo, já ultrapassa a casa dos 2 milhões, segundo a Agência da ONU para Refugiados (Acnur).


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