Guerra na Europa

Rússia diz ter documentos sobre pesquisa biológica bancada pelo Ocidente na Ucrânia

Chancelaria da China afirmou este mês que “os EUA têm 336 laboratórios em 30 países sob seu controle; 26 somente na Ucrânia”

Sergei Pivovarov/ Sputnik
Sergei Pivovarov/ Sputnik
Russos acreditam que no território da Ucrânia foram criados componentes de armas biológicas

São Paulo – O Ministério da Defesa (MD) da Rússia informou, nesta quinta-feira (17), que divulgará mais documentos sobre a operação de biolaboratórios financiados pelo Pentágono na Ucrânia. Segundo o site RT, especialistas militares do governo russo estão analisando documentos obtidos de funcionários de laboratórios ucranianos. O porta-voz do MD, Igor Konashenkov, afirmou que há (ou havia) um projeto dos Estados Unidos na Ucrânia para “estudar maneiras pelas quais os humanos podem ser infectados por morcegos”. Além disso, a Defesa citou a criação de componentes de armas biológicas no território da Ucrânia.

Isso teria sido feito em Carcóvia, ex-capital e uma das maiores cidades da Ucrânia. Haveria também pesquisa biológica em estudos sobre condições em que aves selvagens portadoras de gripe poderiam causar uma epidemia em humanos. Segundo várias publicações, inclusive chineses, os EUA patrocinam laboratórios de pesquisa biológica em todo o mundo.

O MD russo divulgou um documento, de março de 2015, confirmando a participação do Pentágono no financiamento de projetos biológicos militares na Ucrânia. Já o Ministério das Relações Exteriores da China publicou este mês que “os EUA têm 336 laboratórios em 30 países sob seu controle, incluindo 26 somente na Ucrânia”.

Na semana passada, a subsecretária de Estado norte-americana para Assuntos Políticos, Victoria Nuland, admitiu que “a Ucrânia tem instalações” desse tipo. Nuland reconheceu ainda que os EUA estão “muito preocupados que as forças russas possam estar procurando tomar o controle (desses laboratórios)”.

EUA e China

Segundo divulgou o governo norte-americano, os presidentes Joe Biden e o chinês Xi Jinping conversarão por telefone nesta sexta-feira (18). De acordo com a Casa Branca, o assunto será a relação entre os dois países e guerra na Ucrânia, entre outros. A iniciativa “faz parte de nossos esforços contínuos para manter linhas abertas de comunicação entre os Estados Unidos e a China”, disse Washington.

Enquanto isso, o governo ucraniano de Volodymyr Zelensky diz que um tratado de paz entre Rússia e Ucrânia pode levar cerca de dez 10, segundo o site Sputnik Brasil. Aconselhado pelo Ocidente – leia-se EUA –, Zelensky tem adiado ao máximo as possibilidades de diálogo.

Ontem, o presidente russo, Vladimir Putin, denunciou que “os patronos ocidentais encorajam as autoridades de Kiev a continuar o derramamento de sangue, fornecendo mais e mais armas”, além de “conselheiros militares e mercenários”. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse hoje que os países em conflito estão realizando negociações em formato de videoconferência.

Aliado do Kremlin, o presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, afirmou nesta quinta acreditar que a operação militar da Rússia na Ucrânia será concluída em breve. Para ele, se Kiev não assinar um acordo com Moscou rapidamente, terá que assinar a rendição. Também disse que se a Ucrânia continuar com “a escalada e provocações nas relações” com seu país, a Bielorrússia vai responder.

Ocidente: “imoral, asqueroso e criminoso”

Ontem, Joe Biden acusou Putin de ser “criminoso de guerra”. Hoje, o porta-voz da presidência da Rússia, Dmitri Peskov, respondeu dizendo à imprensa que Putin “é um estadista sábio, perspicaz e culto”. E classificou as declarações de Biden como “absolutamente intoleráveis, inadmissíveis e imperdoáveis”.

Já o vice-diretor do Conselho de Segurança da Rússia Dmitry Medvedev, disse que o comportamento do Ocidente em relação à Rússia tem sido “imoral, asqueroso e criminoso”. “E isso, sem falar que nós francamente nos esforçamos para ter uma boa relação com eles”, completou. Ele disse mais: “A Rússia tem o poder de colocar todos os nossos inimigos impetuosos em seu lugar”.