São Paulo – Uma primeira rodada de conversas entre representantes dos governos da Rússia e da Ucrânia terminou sem avanço após cinco horas, de acordo com agências internacionais. Não foram fornecidos detalhes da reunião realizada nesta segunda (28) em área fronteiriça de Belarus, mas está previsto um segundo encontro entre as delegações dos dois países. No quinto dia de conflito, a Ucrânia confirmou até agora 352 mortes de civis.

Sobre o teor das conversas, o porta-voz do governo russo, Dmitri Peskov, não revelou as reivindicações de Vladimir Putin. “As negociações devem se desenvolver de forma discreta”, afirmou em entrevista coletiva. Antes da reunião, o ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, voltou a exigir “cessar-fogo imediato”.

Governos de quase 30 países solicitaram um “debate urgente” no Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas. O secretário-geral da ONU, António Guterres, já declarou que é “inaceitável” a realização de operações militares russas em outro território. “Repito meu apelo de ontem à noite ao presidente Putin: pare a operação militar. Traga as tropas de volta para a Rússia. Sabemos o preço da guerra”, afirmou Guterres. “Os líderes precisam se mover para a paz. Os civis devem ser protegidos.” O Conselho de Segurança da ONU voltou a se reunir em caráter emergencial.

Brasil neutro?

Relatos apontam avanço das tropas russas em direção a Kiev, capital da Ucrânia. Um porta-voz do Ministério do Interior informou que a Rússia controla a cidade portuária de Berdiansk, no sul do país.

A embaixadora ucraniana nas Nações Unidas, Yevheniia Filipenko, disse que é momento de os governos tomarem posições. Ela respondia a pergunta do correspondente brasileiro Jamil Chade, do portal UOL, sobre afirmações de Jair Bolsonaro de que o país se manteria neutro no conflito. “Não há espaço para neutralidade na situação atual”, declarou.

Já a Federação Internacional de Futebol (Fifa) confirmou que suspendeu a federação russa (RFU). Assim, o país não pode disputar as eliminatórias e está fora da Copa do Mundo que será disputada no final do ano. A decisão, em conjunto com a Uefa (federação europeia), envolve todas as seleções e também clubes.

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