Após atentado

Ao contrário do Brasil, Nova Zelândia deve restringir mais o acesso a armas

Ataques em mesquitas motivaram autoridades do país a revisar lei de armas, enquanto membros do governo brasileiro saem em defesa da flexibilização mesmo diante de tragédias como a de Suzano

Tânia Rêgo/EBC

“A gente precisa investir em educação, em uma escola e qualidade”, defende especialista no Brasil

São Paulo – A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, anunciou nesta segunda-feira (18) que o governo está acertando os detalhes para iniciar uma reforma na Lei de Armas, após os atentados em duas mesquitas que mataram 50 pessoas e deixaram outras 50 feridas na última sexta (15). A proposta é que o acesso às armas de fogo no país seja mais restrito para impedir novas tragédias, ao contrário de como a questão vem sendo vista pelo governo de Jair Bolsonaro, mesmo após uma escola brasileira ter sido palco de um massacre que resultou na morte de 10 pessoas na semana passada.

No mesmo dia do atentado em Suzano, na região metropolitana de São Paulo, na quarta-feira (13), o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) apresentou seu primeiro projeto de lei que prevê a autorização para instalação de fábricas civis de armas de fogo e munições. “Com um aumento tão avassalador de violência, a gente precisa discutir a questão do armamento. Para que arma?”, questiona a antropóloga, livre docente, pesquisadora do Departamento de Psicologia Social na Universidade de São Paulo (USP) e pós-doutora pela Universidade de Oxford Francirosy Barbosa, em entrevista aos jornalistas Marilu Cabañas e Glauco Faria, da Rádio Brasil Atual.

Para a especialista, que vê as duas tragédias como resultado do crescimento da extrema direita e da cultura de intolerância, falta no Brasil um debate quanto a um projeto de fortalecimento das escolas. “A gente precisa investir em educação, em uma escola de qualidade, é isso que transforma um cidadão”, defende Francirosy.

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