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Bachelet e Matthei trocam críticas no encerramento da campanha eleitoral no Chile

Ex-presidente é favorita no pleito deste domingo (15), mas teme alta abstenção

EFE

Bachelet agradeceu ao ex-presidente Lula, ‘um dos grandes líderes latino americanos da atualidade’

No último dia de campanha antes do segundo turno das eleições presidenciais no Chile, que acontecem neste domingo (15), as candidatas Michelle Bachelet e Evelyn Matthei trocaram críticas sobre seus programas de governo.

Enquanto a opositora, que governou o país entre 2006 e 2010, afirmou que a adversária concentrou esforços apenas em desqualifica-la, a governista defendeu a atual Constituição chilena, cuja reforma é uma das principais propostas de Bachelet.

“Temos uma Constituição que pode não ser perfeita, mas que garante a estabilidade do país há 30 anos. A oposição quer derrubar essa estabilidade, é uma aposta pelo caos o que estão fazendo”, afirmou Matthei ontem (12) sobre o texto instituído em 1980, durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).

A favorita Bachelet, por sua vez, voltou a pedir que os chilenos compareçam às urnas, evidenciando o temor de que uma alta abstenção possa prejudicar sua vitória. “Somente quem vota pode ajudar a reformar o país. E nós queremos realmente apostar em um Chile mais justo para todos, e só podemos fazer isso se vocês votarem.”

Em seu discurso diante de cerca de 12 mil pessoas, a opositora também fez um agradecimento ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, “um dos grandes líderes latino americanos da atualidade, que não duvidou em vir nos visitar e entregar pessoalmente seu apoio”.

Durante o evento de Bachelet, foram ouvidos gritos e palavras de ordem presentes nas manifestações estudantis de 2011, como o tradicional “se va a caer, se va a caer la educación de Pinochet” (vai cair, a educação de Pinochet vai cair).

Com cara de surpresa, a própria candidata precisou de alguns minutos para entender o canto, mas logo aderiu a eles com palmas e um sorriso. Depois, ao lado de alguns ex-dirigentes do Movimento Estudantil que recentemente foram eleitos deputados (como Camila Vallejo, Giorgio Jackson e Karol Cariola), afirmou que seu projeto levará gratuidade a todo o sistema público de educação, da pré-escola até o ensino superior, em um prazo máximo de seis anos.

Em relação às suas propostas para a educação, a ex-ministra do Trabalho de Sebastián Piñera classificou a gratuidade como um “abuso”. “É um abuso contra os mais pobres e contra a classe média, pois é usar os impostos de todos os chilenos para financiar a educação dos mais ricos”, disse na província de Temuco (840 km de Santiago), no sul do Chile, durante o ato final de sua campanha.