Egito

Sob protestos da Irmandade Muçulmana, começa julgamento de presidente deposto

Mohamed Mursi nega acusações de 'incitação de assassinato' e se recusa a entrar no tribunal vestindo uniforme de acusado

©mohamed zouidani

Partidários de Mursi protestam na frente do Tribunal Constitucional, no Cairo

São Paulo – Começou hoje (4) o julgamento do ex-presidente egípcio Mohamed Mursi, deposto pelo exército no dia 3 de julho após revoltas populares. No momento, o país se encontra em alerta máximo de segurança depois de a Irmandade Muçulmana convocar uma nova jornada de protestos contra os militares. Mursi responde por acusações de incitação de assassinato e, dependendo do veredito do júri, pode ser condenado à morte ou à prisão perpétua.

No entanto, segundo informações da rede Aljazeera, a primeira sessão do julgamento foi suspensa pois Mursi se nega a vestir o uniforme de acusado como a Justiça determina. O presidente deposto, diz a TV estatal egípcia, se declarou como presidente legítimo, negando as acusações de incitação de assassinato. Devido ao comportamento de Mursi, a Justiça egípcia decidiu adiar a próxima sessão do processo para 8 de janeiro de 2014.

Esta é a primeira aparição pública de Mursi desde a deposição em julho. Manifestantes que entraram em confronto com a polícia egípcia foram dispersados por bombas de gás lacrimogêneo. Um efetivo de cerca de 20 mil soldados da Polícia e das Forças Armadas foi deslocado para os arredores do tribunal, para impedir que qualquer manifestação termine em confusão.

Além do presidente deposto, 14 dirigentes da Irmandade Muçulmana serão julgados pelos incidentes nos arredores do palácio presidencial de Itihadiya em 5 de dezembro de 2012. Segundo informações da Agência Efe, o julgamento acontece na Academia da Polícia por motivos de segurança.
Mursi, no entanto, não reconhece a autoridade do tribunal, por isso sua equipe legal está participando dessa primeira sessão apenas como observadora, não para defendê-lo.