Egito

Islamitas pregam desobediência civil e boicote a empresas que financiam golpistas

Aliança para a Defesa da Legitimidade continuará realizando atos em apoio a Mohammed Mursi, o presidente deposto por golpe militar

©amel pain/efe

Jaled Hanafi, do Partido Liberdade e Justiça, anuncia programa de ação pela volta de Mursi

Cairo – Os islamitas egípcios convocaram hoje (20) à desobediência civil contra os golpistas que em 3 de julho derrubaram Mohammed Mursi e afirmaram que continuarão atos pacíficos de apoio ao presidente deposto.

A chamada Aliança para a Defesa da Legitimidade, que inclui a Irmandade Muçulmana e outros grupos semelhantes, explicou em entrevista coletiva que a campanha de desobediência civil inclui o boicote aos meios de comunicação partidários do golpe militar.

A coalizão fez um apelo, ainda, ao boicote às empresas e aos produtos dos países que financiam o golpe militar, entre outras medidas.

Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Kuwait são alguns dos países que concederam ajudas no valor de pelo menos US$ 12 bilhões para que o Egito superasse a crise econômica após a destituição de Mursi.

Além disso, um porta-voz da aliança leu um comunicado em que sustentou que “o ambiente de conflito sectário” que se respira no Egito “permite aos corpos de segurança continuar atuando”.

Nesse sentido, os islamitas acusaram a polícia de estar por trás do confuso incidente em que há dois dias morreram 36 presos islamitas que estavam sendo levados para uma prisão, e inclusive da morte ontem de 24 policiais no Sinai para supostamente culpar depois os seguidores de Mursi.

Além disso, condenaram os últimos ataques cometidos contra delegacias, igrejas e instalações públicas, que aconteceram desde que na quarta-feira passada as forças de segurança desmontaram os acampamentos dos islamitas no Cairo em uma operação em que morreram cerca de 600 pessoas.

A Aliança para a Defesa da Legitimidade defendeu a continuação das manifestações pacíficas para pedir a volta de Mursi e pediu às organizações de direitos humanos que denunciem os crimes à Justiça egípcia.