Operação Jogada Ensaiada

PF desarticula esquema de manipulação de resultados no futebol

Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão contra empresários, jogadores e apostadores que participavam de esquema que movimentou cerca de R$ 11 milhões

Lucas Figueiredo/CBF/Divulgação/PF
Lucas Figueiredo/CBF/Divulgação/PF
Foram identificadas manipulações em jogos de diversos estaduais e nos brasileiros das séries D e C

São Paulo – A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira (9) a segunda fase da Operação Jogada Ensaiada. O objetivo da operação é desarticular uma organização criminosa voltada à manipulação de resultados em partidas de futebol, que movimentou cerca de R$ 11 milhões. Foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão em Aracaju (SE), e em outras dez cidades, nas casas de empresários, jogadores de futebol e apostadores envolvidos no esquema.

Não houve detidos nesta fase da operação, informou a PF. Os policiais apreenderam aparelhos eletrônicos, fichas com controle das apostas esportivas e controle de saques e outros documentos.

“A operação, cuja primeira fase foi deflagrada em outubro de 2022, tinha por objetivo investigar fraudes no futebol sergipano. Entretanto, a análise do material apreendido acabou revelando um esquema muito maior, de âmbito nacional”, afirma a PF, em nota.

Até o momento, foram identificadas manipulações em jogos de diversos campeonatos estaduais e nos campeonatos brasileiros das séries D e C. Os investigadores identificaram diálogos nos quais empresários, apostadores e dirigentes combinavam manipulação de resultados de partidas de futebol com objetivo de obter ganhos ilícitos em sites de apostas. Os investigados responderão por crimes previstos na lei geral do esporte e organização criminosa.

De acordo com as investigações, jogadores, treinadores e até dirigentes realizavam apostas envolvendo resultados, quantidade de escanteios, laterais, cartões, expulsões e gols contra. O resultado dessas apostas era previamente combinado pelos fraudadores e garantido em campo pelos envolvidos no esquema.

Celular pela janela

“Basicamente se busca elementos de prova em relação ao esquema criminoso, que está sendo investigado, no qual pode ser através de documentos produzidos pelos investigados, aparelhos celulares ou mídias que contenham provas que possam elucidar e auxiliar no curso da investigação”, afirmou o delegado da PF de Sergipe Fabrício Martins Rocha.

Em Campina Grande (PB), segundo a PF, um investigado jogou os telefones pela janela, mas os policiais conseguiram pegá-los no terreno do vizinho. Além disso, a companheira do homem estava tentando acessar a conta dele através do telefone dela, possivelmente com o intuito de apagar eventuais provas.