Protesto

Ato de professores na Paulista sinaliza para greve dos profissionais da educação

Professores, diretores de escola e supervisores de ensino querem barrar proposta de reforma da carreira que retira direitos desses profissionais

Alexandre Linare
Alexandre Linare

São Paulo – Em ato realizado no final da tarde desta quarta-feira (16), na Avenida Paulista, professores, diretores e supervisores de ensino da rede estadual sinalizaram a realização de greve contra a proposta de carreira para o magistério do governo João Doria (PSDB), em análise no Legislativo. As categorias rechaçam a substituição de salários por subsídios, com os quais os servidores perdem quinquênios, sexta-parte e outros adicionais, o fim da contagem de tempo de serviço como fator de evolução de carreira e excessiva lentidão para essa evolução.

Estudos da Apeoesp (sindicato do professores do estado) mostram que, no caso dos professores, cumprindo todos os requisitos de cada etapa, demoraria 28 anos para atingir a 11ª referência da carreira, de um total de 15.

“Temos de enfrentar esse governador, esse secretário da Educação, que têm sido injustos com nossa categoria, mentido quando fala dessa carreira. Não é carreira. É subsídio, é desmonte de um direito que nós defendemos diuturnamente todos esses anos. Eu quero simbolicamente, ate porque estamos juntos com outras entidades, rechaçar essa nova carreira e dizer que nós queremos 33,2%, queremos uma mesa de negociação para que os nossos dieitos sejam garantidos”, disse a presidenta da Apeoesp, Maria Izabel de Azevedo Noronha, a Bebel.

Em todo o país, professores vão às ruas pelo pagamento do piso salarial

greve professores
(Foto: Alexandre Linare)

A dirigente, que também é deputada estadual, acenou para a greve de professores e demais profissionais da educação caso a proposta do governo seja mantida mesmo em fim de mandato. “Se nós tivermos de tirar uma greve, nós vamos discutir isso sem medo. Chega de autoritarismo, chega de ataques a uma categoria.”

O ato desta quarta-feira, que chegou a interditar faixas da Avenida Paulista diante do Masp apesar da forte chuva, apontou para uma reunião na última semana, com a presença de mais de 20 entidades representativas da educação, do funcionalismo e dos estudantes.

Os educadores também reivindicam reajuste de 33,24% Já para servidores da ativa e aposentados, o cumprimento da Lei do Piso, o fim do chamado confisco salarial de aposentados e pensionistas, a implementação da jornada do piso, o direito à alimentação nas escolas, aumento do valor do auxílio-alimentação, ampliação das condições trabalhistas da categoria F aos todos os professores da categoria O até que haja concurso.

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