Em greve

Governo oferece 9% de reajuste a servidores federais em 2025

Proposta prevê reajuste de 9%, a partir de janeiro de 2025, e de 3,5%, em maio de 2026 – contra 4,5% para os dois anos na oferta anterior – e mais aumento de benefícios aos professores e técnicos da educação federal

Rovena Rosa/Agência Brasil
Rovena Rosa/Agência Brasil
Após proposta do governo, servidores devem tomar decisão na semana que vem

São Paulo – O governo federal dobrou a proposta nesta sexta-feira (19), e ampliou para 9% a oferta de reajuste salarial aos professores e servidores das universidades e institutos federais no ano que vem. O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) também propôs antecipar o reajuste para janeiro. E mais 3,5% de aumento em 2026, a partir de abril. Anteriormente, a proposta previa aumento de 4,5% para 2025 e 2026. Ao todo, o reajuste seria entre 22,97% e cerca de 26%, considerando alguns outros níveis da categoria.

Nesse sentido, não houve acordo para que haja reajuste salarial neste ano, como reivindicam as categorias. Para 2024, a prioridade do governo é recompor o quadro do funcionalismo e garantir aumento linear para todos os servidores nos benefícios. Isso porque no ano passado os servidores conquistaram aumento de 9% nos salários, após quase oito anos de congelamento.

Assim, a proposta incluiu aumento de 51,9% no auxílio-alimentação, passando de R$ 658 para R$ 1 mil (51,9% a mais), aumento de 51% nos recursos destinados à assistência à saúde suplementar (auxílio-saúde), além de acréscimo na assistência pré-escolar (auxílio-creche), de R$ 321 para R$ 484,90. Ao mesmo tempo, o governo também acolheu a maioria dos pedidos para reestruturação da carreira.

Desde segunda (15), os servidores de ao menos 51 universidades e 79 institutos federais estão em greve por reajuste salarial e orçamentário, reestruturação de carreira e pela revogação de normas aprovadas nos governos anteriores, de Michel Temer e Jair Bolsonaro.

Categorias querem mais

Após a quarta reunião da mesa de negociação durante a tarde servidores técnico-administrativos da área de educação classificaram de “irrisória e decepcionante” a proposta, por conta do ausência de reajuste para este ano.

De acordo com o Sindicato Nacional dos Servidores da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), as negociações pela manhã foram dedicadas à carreira dos técnicos. Na parte da tarde, segundo ele, a mesa de negociação trataria da carreira dos docentes.

O secretário de Gestão de Pessoas do MGI, José Lopez Feijóo, afirmou que, durante a reunião ocorrida com os professores, a categoria reconheceu que a proposta avançou consideravelmente. Mas que ainda consideram insuficiente, diante das reivindicações da categoria.

Desse modo, tanto os docentes quanto os técnicos informaram que uma decisão será tomada na semana que vem. Até lá, as paralisações estão mantidas. Os trabalhadores da educação pedem recomposição salarial da inflação dos últimos anos, que varia de 22% a 34%.