Reivindicação

Em greve há 4 dias, servidores federais se reúnem com o governo nesta sexta

Professores e servidores técnicos de universidades federais realizaram uma nova manifestação hoje, no Palácio da Alvorada. Ao menos 51 universidades e 79 institutos federais estão paralisados em campanha por reajuste salarial e reestruturação de carreiras

@Sinasefe/Twitter/Reprodução
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Na manhã desta quinta (18), os trabalhadores voltaram a protestar, desta vez, com uma nova manifestação no acesso ao Palácio da Alvorada, em Brasília

São Paulo – O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou os servidores federais para uma mesa de negociação nesta sexta-feira (19). A reunião será acompanhada pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) e os sindicatos dos professores e servidores técnico-administrativos das universidades e institutos federais. Desde segunda (15), os servidores de ao menos 51 universidades e 79 institutos federais estão em greve por reajuste salarial e orçamentário, reestruturação de carreira e pela revogação de normas aprovadas nos governos anteriores, de Michel Temer e Jair Bolsonaro.

Já os servidores técnico-administrativos estão paralisados há mais de um mês, desde 11 de março. E a previsão é que greve continue por tempo indeterminado. A categoria se reúne com o governo federal às 10h nesta sexta. Na sequência, às 14h30, será a vez da rodada de negociação com os professores. Os encontros foram confirmados à RBA pelo membro do Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) e coordenador geral do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), David Lobão.

“Nós esperamos que nessa mesa o governo apresente uma proposta que atenda minimamente os nossos interesses, os nossos desejos, que venha de encontro com aquilo que nós queremos. Qualquer coisa diferente de uma proposta que dialogue com o que estamos desejando, vamos ficar muito tristes, porque estamos fazendo a maior greve da educação federal desse país e merecemos uma resposta adequada. Então, estamos pressionando o governo nesse momento para que a resposta seja a melhor possível. (…) E o governo prometeu que entregará uma nova proposta amanhã”, afirmou Lobão.

Agendas de luta

Na manhã desta quinta (18), os trabalhadores voltaram a protestar, desta vez, com uma nova manifestação no acesso ao Palácio da Alvorada, em Brasília. Ainda ontem (17), as categorias também realizaram uma marcha na Esplanada dos Ministérios. Com concentração na Catedral Metropolitana de Brasília, os servidores e servidoras seguiram até o MGI.

“Essa mobilização é fundamental para mostrar que há uma unidade de luta, que é necessário que os professores e os estudantes saiam das salas de aula e venham fazer um movimento paredista. É um movimento em defesa da universidade pública, pela recomposição do orçamento. Mas também pelas carreiras, pelos salários dos servidores públicos”, avaliou a presidenta da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB), Eliene Novaes.

Em assembleia, as categorias aprovaram um manifesto unificado em defesa da educação e da universidade pública e a participação nas agendas de luta. Os estudantes da Universidade de Brasília (UnB) presentes no ato também compactuaram com a mobilização das categorias. Eles apresentaram ainda suas próprias reivindicações, dentre elas a política de bolsa permanência. 

Os grupos avaliam que as universidades e os institutos sofreram uma série de ataques aos direitos durante os mandatos de Temer e Bolsonaro, que levaram às demandas atuais. No primeiro ano do governo Lula, os servidores negociaram um aumento de 9% e de 200 reais no vale alimentação. Mas, neste ano, os servidores ficaram novamente sem reajuste e por isso partiram para a greve. 

MGI confirma proposta

“Por isso que nós estamos novamente com o bloco na rua, porque nós não concordamos passar mais um ano sem aumento de salário. É muito importante essa unidade de estudantes, professores e técnico-administrativos a nível nacional”, defendeu o coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub), Edmilson Lima, à RBA.

Em nota à imprensa, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos afirmou que a reestruturação de carreiras na área de Educação “é um compromisso prioritário” da gestão. A ministra Esther Dweck informou que o governo “apresentará uma proposta convergente com o relatório do Grupo de Trabalho formado por representantes dos Ministérios da Educação e da Gestão, das universidades e instituições de ensino, além de entidades sindicais representantes dos servidores do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação (PCCTAE)”.

“O Ministério da Gestão segue aberto ao diálogo com os servidores da área de educação e de todas as outras áreas”, concluiu na nota.