FAZENDA

Reuniões preparam semana decisiva para o arcabouço fiscal na Câmara

Relator da proposta deve apresentar o parecer para debate a líderes partidários em reunião que deve ocorrer no início da noite desta segunda

Joédson Alves/Agência Brasil
Joédson Alves/Agência Brasil
Haddad aposta em diálogo e Lira diz que espera “uma semana proveitosa” para o arcabouço fiscal

São Paulo – De volta ao Brasil de sua viagem ao Japão, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem agenda cheia nesta segunda-feira (15), que inclui o arcabouço fiscal.  Depois de conversa na manhã de hoje reunindo integrantes da área econômica do governo, com a presença do ministro do Desenvolvimento (Geraldo Alckmin), e presidentes do BNDES (Aloizio Mercadante ) e Caixa Econômica Federal (Rita Serrano), as expectativas apontam para o relator do projeto do novo arcabouço fiscal na Câmara, deputado Cláudio Cajado (PP-BA).

O parlamentar deve apresentar o relatório para debate a líderes partidários, em reunião que deve ocorrer no início da noite na residência da presidência da Câmara, com o presidente Arthur Lira (PP-AL), prevista para 19 horas. A divulgação do texto do relatório amanhã vai depender do clima dessa reunião. A expectativa mais positiva do governo é votar a proposta ainda esta semana.

Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu-se com membros da equipe econômica, com a participação do próprio Haddad, da ministra da Gestão (Esther Dweck) e membros da área política, como o ministro de Relações Institucionais (Alexandre Padilha), o líder do governo no Senado (Jaques Wagner) e o líder na Câmara (José Guimarães).

O ministro da Fazenda participou na semana passada, no Japão, de reuniões de ministros da área de finanças e economia do G7, como convidado. Já Arthur Lira também estava fora. Ele foi a fórum para investidores nos Estados Unidos. Nesta segunda, o deputado disse que espera “uma semana proveitosa”, em relação ao arcabouço fiscal, e que a matéria “vai além de oposição e governo”.

Dia D para o relatório

O relator do texto disse ao jornalista Gerson Camarotti, da GloboNews, que hoje “será o dia D” para o seu parecer, “porque se consensualizarmos o texto, aí o presidente Arthur deve marcar a votação, e eu disponibilizo o relatório”. Entretanto, ainda segundo o colunista, Cajado cobrou consenso dentro da base governista. “O governo tem de se movimentar para resolver os deles e juntar a base para apoiar. Se não houver avanços e apoio ao relatório, o que restará será o teto de gastos”, alertou.

Não se sabe quais serão as alterações propostas por Cajado, mas na semana passada o relator afirmou ter “convicção que o Congresso dará votação expressiva” ao seu texto. Segundo ele disse na ocasião, o novo arcabouço fiscal “é muito melhor que o teto de gastos, que teve sua época, teve seu tempo, mas mostrou-se frágil nos momentos de crise”.

A proposta coordenada por Haddad, apresentada em abril, procura compatibilizar “o social e o fiscal”, e tenta atrair investimentos. Seu plano é ancorado na vinculação do crescimento das despesas federais à receita. As despesas poderão crescer a 70% do aumento da arrecadação federal, em relação à receita realizada no ano anterior.

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