Com produção estagnada, Fiesp prevê queda da atividade industrial em 2012

Para entidade, medidas do governo deverão proporcionar alguma melhora no segundo semestre

São Paulo – A produção industrial paulista recuou 0,3% de março para abril, segundo a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Sem ajuste sazonal, a retração foi de 5,2%, de acordo com o Indicador de Nível de Atividade (INA), que acumula ainda quedas de 5,9% no ano e 2,2% em 12 meses. Com isso, a Fiesp revisou de zero para -2,1% a estimativa para este ano, isso desde que a atividade cresça 0,6% por mês até dezembro – uma previsão considerada “otimista” pelo diretor do Departamento de Pesquisa e Estudos Econômicos (Depecon) da entidade, Paulo Francini.

Os industriais paulistas preveem crescimento de 2,6% para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2012. Mas a estimativa deverá ser revisada até o mês que vem.

Francini avalia que o setor só terá alguma melhora a partir de julho. “As medidas de incentivo do governo à produção, como redução da Selic, câmbio competitivo e queda do spread, bancário só devem causar efeitos na atividade industrial no segundo semestre. A melhora não será capaz de salvar da lavoura. Talvez ingressemos em uma rota diferente de crescimento, mais lento, mais temeroso do que já experimentamos.” Em relação à taxa básica de juros, ele acredita em redução de 0,5 ou 0,75 ponto pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que se reúne hoje e amanhã.

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) caiu de 81%, em março, para 80,5%. Com ajuste sazonal, foi de 81,4% para 80,9%. Segundo a Fiesp, foi o segundo pior resultado para abril na série iniciada em 2002.