‘Se Beber, Não Case’ faz piada com clichês masculinos
O diretor Todd Philips acompanha as consequências de uma despedida de solteiro em que deu tudo errado -- sem mostrar a festa em si
Publicado 20/08/2009 - 11h43
São Paulo – Homens com mais de trinta anos comportando-se como adolescentes imaturos são comuns nas comédias de Hollywood. Mas raramente eles são realmente engraçados, como é o caso de “Se Beber, Não Case”, que estreia em todo o Brasil.
O diretor Todd Philips (um dos roteiristas de “Borat”) acompanha as consequências de uma despedida de solteiro em que deu tudo errado — sem mostrar a festa em si.
Na manhã seguinte à noitada, os protagonistas acordam na maior suíte de um dos hotéis mais caros de Las Vegas, o Caesar Palace, e vêem o que parece um verdadeiro campo de batalha. Além da destruição do quarto, o saldo é um colchão queimado, um dente quebrado, um bebê (de quem será?), um tigre e um noivo desaparecido.
Na primeira cena, Phil (Bradley Cooper, de “Ele Não Está Tão a Fim de Você) liga para a futura noiva e conta que perderam seu futuro marido, vivido por Justin Bartha (de “A Lenda do Tesouro Perdido”).
O grupo engloba, além destes dois, o dentista Stu (Ed Helms, “Os Delírios de Consumo de Becky Bloom), e o irmão da noiva, o esquisitão meio pervertido Alan (Zach Galifianakis, de “Força G”), que acompanhou os três amigos mesmo sendo persona non grata.
“Se Beber, Não Case” é, basicamente, a saga dos três personagens para recuperar o noivo perdido — o casamento é no domingo — e descobrir o que aconteceu na noite em questão. Eles não se lembram de nada, pois Alan colocou no drinque deles a mesma droga usada no golpe “Boa Noite, Cinderela”.
As pistas para a reconstituição são os destroços da noite anterior, como um carro de polícia roubado, um bebê perdido e o tigre preso no banheiro que, descobre-se depois, é de propriedade do boxeador Mike Tyson — que faz uma pequena participação no filme.
A resolução do mistério inclui uma stripper, Jade (Heather Graham, de “Boogie Nights – Prazer Sem Limites”), uma capela de casamentos a jato e um traficante.
Roteirizada por Jon Lucas e Scott Moore (a mesma dupla de “Surpresas do Amor” e “Minhas Adoráveis Ex-Namoradas”), a comédia apoia-se em clichês para construir seu humor — muitas vezes rasteiro.
Os quatro sujeitos que vão para Las Vegas são a obviedade ambulante, assim como as situações que enfrentam. Exatamente por brincar num terreno com o qual o público está familiarizado, o filme consegue ser engraçado. Não há invencionices, não há novidades — apenas um punhado de piadas velhas habilmente recicladas.
Embora as personagens femininas praticamente inexistam, não dá para chamar o filme de machista. Elas são, afinal, o sonho de muitos homens: a noiva doce, delicada e compreensiva, a prostituta de bom coração — apenas uma é a mulher tirana, mas ela também pode ser a fantasia de alguns.
Já os rapazes não passam de quatro meninos grandes, tão inconsequentes que são incapazes de ver a destruição que causaram. É impossível se ofender com estes personagens.
Fonte: Reuters
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