Carnaval

São Paulo conhece sua campeã. No Rio, Portela leva ‘Um defeito de cor’ para a avenida

Apuração começa às 16h desta terça-feira, no Sambódromo do Anhembi

Riotur/Divulgação
Riotur/Divulgação
Desfile da Portela abordou a história dos negros no Brasil, pela trajetória de uma matriarca

São Paulo – A cidade de São Paulo vai conhecer nesta terça-feira (13) a escola de samba campeã do Grupo Especial. A apuração começa às 16h, no próprio Sambódromo, no Anhembi, zona norte da capital. São quatro jurados para cada um dos nove quesitos. Cada escola começa com 10 em todas as categorias, e a partir daí os jurados podem tirar décimos.

A atual campeã é a Mocidade Alegre, que neste ano falou sobre o escritor Mário de Andrade e suas pesquisas culturais pelo país. O desfile, realizado na sexta e no sábado (9 e 10), também foi marcado pelo retorno de escolas tradicionais, como a Vai-Vai (que abordou o movimento Hip Hop) e a Camisa Verde e Branco, com enredo sobre Oxóssi e o ex-jogador de futebol Adriano, o “imperador”.

Quesitos e desempate

Conforme sorteio realizado ontem (12) pela Liga Independente das Escolas de Samba, a leitura dos quesitos terá a seguinte ordem: Evolução, Comissão de Frente, Fantasia, Enredo, Samba-Enredo, Bateria, Alegoria, Mestre-sala e Porta-bandeira e Harmonia. Este último será utilizado, se necessário, como critério de desempate. No próximo sábado (17), o Sambódromo recebe o Desfile das Campeãs, com as seis primeiras.

Rio de Janeiro

No Rio, o segundo dia de desfiles foi a Portela, que levou para a avenida uma apresentação baseada no livro Um defeito de cor, de Ana Maria Gonçalves. Por meio da trajetória de uma matriarca negra, a escola de Madureira – maior campeã do carnaval carioca, mas com desfile ruim no ano passado – narra “a busca pelo sentido” da existência dos negros no Brasil. O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, era uma das representações do advogado abolicionista Luiz Gama.

Durante o desfile, a Portela teve problemas técnicos com carros, mas emocionou o público. Abrindo a noite no Sambódromo, a Mocidade Independente falou sobre o caju. A Vila Isabel reeditou o samba-enredo de 1993 sobre a importância das crianças, composto por Martinho da Vila, presidente de honra da escola – ele completou 86 anos ontem.

Na sequência, a Paraíso do Tuiuti homenageou João Cândido, o “marinheiro negro”, líder da Revolta da Chibata. Já a Mangueira exaltou a cantora Alcione. O desfile foi encerrado com a Unidos do Viradouro, vice em 2023 (a campeã foi a Imperatriz Leopoldinense) e o enredo Arroboboi Dangbé, sobre o culto ao vodum serpente, símbolo da continuidade, mostrando a força das guerreiras negras no reino de Daomé, na África.