Cultura essencial

Margareth Menezes participa de ato em defesa do Teatro Oficina e da memória de Zé Celso

O evento foi marcado por intervenções para destacar a relevância do Teatro Oficina e a contribuição de Zé Celso para a cultura paulista e do Brasil. Preservar o Teatro Oficina equivale a manter a memória de um dos mais importantes dramaturgos brasileiros

arquivo/ebc
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José Celso Martinez Corrêa foi um renomado dramaturgo e diretor teatral brasileiro que deixou uma marca profunda na cena cultural do país

São Paulo – A ministra da Cultura, Margareth Menezes, participou na noite desta terça-feira (8) de ato cultural e político no Teatro Oficina, localizado na Bela Vista, o “Bixiga”, região central da capital paulista. Participaram do evento entidades que defendem a criação de um parque na área circundante do teatro histórico. Antes, os ativistas apresentaram projeto de preservação do patrimônio a representantes do governo federal, em busca de apoio.

De acordo com um comunicado divulgado pelo Ministério da Cultura durante a tarde, a visita da ministra marca a primeira vez que ela esteve no espaço criado há mais de seis décadas pelo dramaturgo José Celso Martinez Corrêa, conhecido como Zé Celso. Um dos maiores nomes do teatro brasileiro, Zé Celso morreu no dia 6 de julho em consequênia de um incêndio em seu apartamento.

A nota ainda ressalta que o evento foi caracterizado por diversas intervenções para destacar a relevância do Teatro Oficina e a contribuição de Zé Celso para a cultura tanto de São Paulo quanto do Brasil. Zé Celso utilizou o teatro como meio para promover a liberdade e enfrentar as restrições impostas pela ditadura civil-militar (1965-1984). Preservar o Teatro Oficina equivale a manter a memória de Zé Celso, conforme enfatizado no comunicado da ministra. Também está em jogo a obra da notável arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi.

Por Zé Celso

“A atividade é marcada por uma série de intervenções artísticas e políticas, fazendo referência à importância do Teatro Oficina e da atuação de Zé Celso para a cultura”, informa comunicado da ministra. “O Zé Celso usou o teatro para exaltar a liberdade e afrontar os arbítrios da ditadura. Contribuir para a preservação do Teatro Oficina é trabalhar para manter a genialidade do Zé Celso”, completou.

Além da ministra Margareth, o evento contou com a presença de várias figuras influentes do ministério, incluindo Roberta Martins, Maria Marighella (presidenta da Funarte – Fundação Nacional das Artes), Mariana Braga (chefe da Assessoria de Participação Social e Diversidade) e Fabiano Piúba (secretário de Formação, Livro e Leitura).

O dramaturgo

José Celso Martinez Corrêa foi um renomado dramaturgo e diretor teatral brasileiro que deixou uma marca profunda na cena cultural do país. Nascido em 1937, ele fundou o icônico Teatro Oficina em São Paulo, em 1958, tornando-o um espaço emblemático para experimentações teatrais e políticas. Durante a ditadura, Zé Celso usou sua arte para desafiar as restrições e promover a liberdade de expressão, tornando-se um símbolo de resistência. Seu trabalho influente e sua paixão pela arte permearam décadas, deixando um legado que transcendeu fronteiras e enriqueceu a cultura teatral brasileira de forma inestimável.