VIRTUAL E GRATUITO

Frentes de cultura se unem em defesa dos Direitos Humanos com festival de cinema e música

‘DH Fest’ reúne os filmes de 2020 que promoveram a defesa dos direitos humanos e mostra a força da união de artistas de diferentes áreas. O cantor Chico César abre a programação do evento online, neste domingo (7), a partir de 19h

REPRODUÇÃO
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Além de Chico César, o fotógrafo Sebastião Salgado e a escritora mineira Conceição Evaristo participarão de debates durante o festival

São Paulo – O Festival de Cultura em Direitos Humanos, o DH Fest, reunirá filmes, debates e performances musicais, a partir deste domingo (7), de maneira gratuita e virtual. A programação, que vai até o dia 14, tem o objetivo de expandir o olhar cultural para temáticas relacionadas aos direitos humanos. E também soa como uma manifestação de união da sociedade para enfrentar o ataque a direitos, constantemente promovido pelo governo Bolsonaro.

Na área musical, estão entre os confirmados o cantor Chico César e a rapper Tássia Reis. No ciclo de debates, a escritora mineira Conceição Evaristo, a cineasta Tata Amaral, o ativista Ailton Krenak e o fotógrafo Sebastião Salgado também estarão presentes.

Os organizadores do festival dizem que a proposta surgiu ao se perceber a presença de pautas relacionadas aos direitos humanos em filmes nacionais premiados em 2020. “Os filmes que mais tinham visibilidade, força midiática, repercussão possuíam temas ligados aos direitos humanos. Então juntaremos esses filmes e criaremos o festival dos festivais”, explicou Francisco Cesar Filho, curador do evento, à jornalista Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual.

A jornalista e escritora Bianca Santana, que também está presente na grade do evento, diz que a pandemia de covid-19 fez o tema ser ainda mais necessário. “É uma programação belíssima. As pessoas estão todas conectadas buscando ações conjuntas. Sem novas alianças não conseguiremos sair desse buraco. Essa parceria entre o Instituto Vladimir Herzog e Sesc é importante para a realização de conversas que são inspiradoras”, afirmou.

Programação do festival

A abertura do Festival de Cultura em Direitos Humanos, no domingo, será com show de Chico César, às 19h. Na segunda-feira (8), o Dia Internacional da Mulher, haverá uma agenda especial voltada ao tema, com a exibição do filme Kunhangue Arandu – A Sabedoria das Mulheres“.

No mesmo dia, também ocorrerá o debate “Mulheres e resistência: narrativas para romper silêncios”, às 17h, com Conceição Evaristo e a pedagoga Maria Clara Araújo, e mediação da jornalista Semayat Oliveira. O dia fechará com a cantora Tássia Reis.

Durante a semana, o festival ainda exibirá 11 longas-metragens, entre os quais o vencedor do prêmio de Melhor Documentário no Festival de Cannes, A Cordilheira dos Sonhos, de Patrício Guzmán. O cineasta chileno, inclusive, participará do debate “Meu norte é o sul: retratos latino-americanos no cinema”, na quinta-feira (11), às 17h.

A programação ainda possui a exibição de 26 curtas e, na música, o repertório também incluirá o coletivo Baile em Chernobyl, formado por artistas que utilizam o funk para empoderar a juventude periférica. O rapper indígena Kunumi MC encerra o evento no dia 14.

No dia 13, às 17h, será feito o debate “Somos a terra: os direitos da natureza e o futuro da humanidade”, que receberá o ativista e escritor Ailton Krenak e o premiado fotógrafo Sebastião Salgado, que refletirão sobre os desafios e a urgência de pensarmos os direitos da natureza como direitos humanos.

O evento é realizado em parceria com o Sesc, o projeto Ação de Rua – SP, o Instituto Ethos e Instituto Vladimir Herzog, junto com os Jornalistas Livres, Mundo Pensante e Projetemos. A programação completa pode ser conferida no site oficial do evento.

Confira a entrevista