Hollywood

Às vésperas da festa do cinema americano, TVT apresenta especial sobre o Oscar

Polêmicas e bons filmes estão no recheio do Oscar deste ano. Confira as apostas e mais detalhes sobre a premiação, que terá especial na TVT nesta sexta-feira

creative commons
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"É surpreendente é o tanto de filmes de alta qualidade que tem esse ano"

São Paulo – A maior premiação norte-americana do cinema está marcada para este domingo (10). O Teatro Dolby receberá em seu tapete vermelho os principais nomes do cinema comercial do mundo. Em jogo, as estatuetas de grande prestígio, ainda que recheadas de polêmicas. Em uma prévia da premiação, a TVT apresenta nesta sexta-feira (8), às 20h30, o Especial Oscar 2024. Cinema e polêmicas que o tangenciam estarão na pauta da apresentadora Débora Gomez, da diretora e atriz Yara Novaes e do crítico de cinema Luiz Zanin.

“O programa é muito interessante, porque ele é sobre os filmes que estão candidatos ao Oscar. Tanto os filmes dos americanos que eles selecionam para premiação principal, quanto os melhores filmes internacionais, então, a gente fala sobre todos eles. O programa tem apresentação da Débora que é atriz, ela também participa da opinião e estimula o Luiz Zanin que é o grande crítico de cinema. A gente também convidou a Yara uma atriz, diretora de teatro, principalmente teatro, que é a praia dela, no teatro ela é considerada uma deusa”, explica à RBA o diretor do programa, Bruno Mascarenhas. “São atrizes competentes e que deram um brilho muito legal ao programa. É muito legal você ter um crítico e do lado tem pessoas que já viveram um set de filmagem”, completa.

Representatividade

O Oscar tem um histórico de falta de representatividade, além de valorizar um cinema específico, voltado ao público dos Estados Unidos que, entre outras questões, tem grande dificuldade de assistir a qualquer obra legendada. Assim, Mascarenhas lembra que o programa da TVT tem especial relevância por ir ao ar no Dia Internacional da Mulher. “A gente fala sobre cada filme, uma sinopse ilustrada com imagens do filme, do trailer. Então, depois uma análise do Zanin com a participação das duas atrizes, a Yara de Novaes e a Débora. Então, é muito bom porque elas falam com propriedade”, afirma.

“Por exemplo, tem a Emma Stone, que faz uma cena de nudez no filme Pobres Criaturas. Aí Yara fala, porque ela é atriz, já fez cena de nudez, então, ela sabe como que se sente, então é bem interessante quando fala-se de atriz, e também é importante que o programa vá ao ar no dia 8 de março”, exemplifica. “Então, no final, a Débora até faz esse programa em homenagem às mulheres, principalmente às grandes atrizes que estão no Oscar, porque são mulheres fantásticas”, completa.

Boa seleção

Embora não seja a premiação mais valorosa para os cinéfilos de fora do circuito comercial, sua relevância é inegável, particularmente sob o aspecto financeiro. Há quem prefira ganhar prêmios como o Urso de Ouro (Berlim), a Palma de Ouro (Cannes) ou o Leão de Ouro (Veneza). Contudo, a seleção deste ano de filmes do Oscar vem com obras de peso e qualidade inegável.

“É surpreendente o tanto de filmes de alta qualidade que tem esse ano. Quase todos são grandes concorrentes ao Oscar. Tem o Oppenheimer, que é uma ficção baseada em realidade muito bem feita, muito bem montada, é um show. O Pobres Criaturas, na minha opinião, é o grande candidato, pelo menos a melhor atriz. A Emma Stone detona”, completa.

Esnobados

Contudo, os problemas ainda existem. A lista de diretores e atores que afirmam não dar importância ao Oscar é grande. Envolve nomes de peso, inclusive na indústria de Hollywood. “Não dou a mínima”, afirma a atriz Kirsten Stewart. “Não me importo nem um pouco com isso”, afirma Leonardo Di Caprio.

Di Caprio, inclusive, um “esnobado” pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. Seu histórico de atrito com o júri é antigo. Ele não venceu a estatueta por atuações marcantes, particularmente com O Lobo de Wall Street, do diretor Martin Scorsese. Contudo, já levou uma com O Regresso, do mesmo cineasta. Neste ano, novamente sob batuta do mestre Scorsese, apresentou um trabalho de fôlego. Contudo, sequer garantiu a sua nomeação entre a lista de candidatos.

Outra personagem controversa deste ano no Oscar é Greta Gerwig. Talvez a maior cineasta da atualidade, Greta faturou como nunca com seu filme Barbie. Contudo, mesmo com ampla aceitação de público e crítica (ainda que a obra em si carregue problemas, particularmente em seu ato final), ela não está na lista entre melhores diretores.

Justine Triet, diretora de Anatomia de Uma Queda, é a única mulher no páreo. Ela concorre com um filme mais sensível e marcante, ainda que tenha poucas chances de levar para casa a estatueta. Há quem diga que a francesa cumpre tabela na lista. As chances seriam muito maiores na disputa por Melhor Filme em Língua Estrangeira. Contudo, a França não escolheu o longa como candidato. Talvez um erro, uma vez que a vitória seria quase certa. Mas a posição não é unânime. “A França selecionou O Sabor da Vida como seu concorrente a Filme Internacional – e corretamente, já que é um trabalho infinitamente superior a Anatomia de uma Queda“, argumenta o crítico Pablo Villaça.

“Eu sou Bella Baxter”

Talvez um longa que trate da emancipação feminina com mais vigor do que o próprio Barbie seja Pobres Criaturas. O diretor Yorgos Lanthimos persiste em sua característica de incomodar o espectador, típica de sua escola de cinema grego. Contudo, ao abraçar Hollywood, traz uma obra muito mais marcante aos olhos, com uma estética que dança entre a beleza fotográfica e o absurdo com facilidade.

Um “Frankestein” moderno, Pobres Criaturas conta com grande apoio e incentivo comercial, além de projetar uma das grandes favoritas à estatueta de Melhor Atriz para a bela atuação de Emma Stone no papel de Bella Baxter, uma mulher que vive com o cérebro de seu bebê recém nascido transplantado. Sim, trata-se de uma história no mínimo exótica, mas que o público facilmente identificará a relevância das críticas ao patriarcado em seu contexto, de forma profunda e esteticamente marcante.

Emma Stone em Poor Things, de Yorgos Lanthimos

Emma Stone em cena de “Pobres Criaturas”, de Yorgos Lanthimos

Favoritos

Mas Emma Stone não concorre sozinha. Lily Gladstone emplaca uma atuação talvez de ainda mais potência como protagonista do longa Assassinos da Lua das Flores, de Martin Scorsese. Ela foi favorita durante toda temporada. Contudo, problemas com a distribuição do filme de Scorsese dificultaram a promoção da obra. Não se pode esquecer que o Oscar é uma premiação comercial. Propaganda vale muito. E neste quesito, os estúdios Searchlight Pictures, responsável por Pobres Criaturas, investiu com maior assertividade.

Apesar de uma obra ímpar, como de costume quando se trata de Scorsese, a longa duração de mais de três horas também impactou negativamente na recepção em tempos de vídeos curtos em redes sociais. Contudo, esta é a proposta da obra. Criticá-la por este motivo significa ignorar, necessariamente, o cinema como expressão artística e valorizar o entretenimento barato. Entretanto, a estatueta para Scorsese parece distante diante do espírito do tempo.

Fenômeno Oppenheimer

Favorito de fato, tanto para Melhor Filme como para Diretor, é Christopher Nolan, com seu Oppenheimer. A história do Projeto Manhattan, contada a partir de um filme com roteiro bem amarrado em um filme baseado em diálogos, marcou 2023. Além de boas atuações e boa fotografia, Oppenheimer contou com uma publicidade absurda, inclusive ganhando com uma antítese sem sentido, nutrida pelos estúdios e pelo público, com Barbie. Ambos foram lançados quase que simultaneamente.

Dentro de Oppenheimer, destaque para a atuação grandiosa de Robert Downey Jr. Embora quase silenciosa, o ator conhecido por ser o Homem de Ferro da Marvel revelou que seu talento vai muito além dos filmes comerciais baseados em quadrinhos. Quase irreconhecível, o ator apresenta uma atuação extremamente convincente; um deleite para os cinéfilos.

Downey Jr. quase rouba a cena do protagonista — e grande favorito ao prêmio de melhor ator — Cilian Murphy. No papel de Oppenheimer, o ator da premiada série Peaky Blinders também melhora o filme com seu olhar profundo e quase catatônico diante das ofensas da criação de uma bomba nuclear.

Cilian Murphy é “o pai da bomba” em “Oppenheimer”, de Christopher Nolan

Concorrentes ao Oscar

Melhor filme

  • Ficção americana
  • Barbie
  • Anatomia de uma queda
  • Os rejeitados
  • Assassinos da lua das flores
  • Maestro
  • Oppenheimer
  • Vidas passadas
  • Pobres criaturas
  • Zona de interesse

Direção

  • Yorgos Lanthimos, Pobres criaturas
  • Christopher Nolan, Oppenheimer
  • Martin Scorsese, Assassinos da lua das flores
  • Justine Triet, Anatomia de uma queda
  • Jonathan Glazer, Zona de interesse

Atriz

  • Emma Stone, Pobres criaturas
  • Lily Gladstone, Assassinos da lua das flores
  • Carey Mulligan, Maestro
  • Sandra Hüller, Anatomia de uma queda
  • Annette Bening, Nyad

Ator

  • Cillian Murphy, Oppenheimer
  • Paul Giamatti, Os rejeitados
  • Bradley Cooper, Maestro
  • Jeffrey Wright, Ficção americana
  • Colman Domingo, Rustin

Atriz coadjuvante

  • Da’Vine Joy Randolph, Os rejeitados
  • Jodie Foster, Nyad
  • Danielle Brooks, A cor púrpura
  • Emily Blunt, Oppenheimer
  • America Ferrera, Barbie

Ator coadjuvante

  • Ryan Gosling, Barbie
  • Robert Downey Jr., Oppenheimer
  • Robert De Niro, Assassinos da lua das flores
  • Sterling K. Brown, Ficção americana
  • Mark Ruffalo, Pobres criaturas

Roteiro original

  • Vidas passadas
  • Anatomia de uma queda
  • Os rejeitados
  • Maestro
  • Segredos de um escândalo

Roteiro adaptado

  • Zona de interesse
  • Pobres criaturas
  • Oppenheimer
  • Barbie
  • Ficção americana

Melhor longa internacional

  • Dias perfeitos (Japão)
  • A sala dos professores (Alemanha)
  • Eu, capitão (Itália)
  • A sociedade da neve (Espanha)
  • Zona de interesse (Inglaterra)

Longa de animação

  • O menino e a garça
  • Elementos
  • Nimona
  • Meu amigo robô
  • Homem-Aranha: Através do Aranhaverso

Documentário

  • Bobi Wine: The People’s President
  • The Eternal Memory
  • Four daughters
  • To Kill a Tiger
  • 20 Days in Mariupol

Montagem

  • Anatomia de uma queda
  • Os rejeitados
  • Assassinos da lua das flores
  • Oppenheimer
  • Pobres criaturas

Direção de fotografia

  • “O conde”
  • “Assassinos da lua das flores”
  • “Maestro”
  • “Oppenheimer”
  • “Pobres criaturas”

Trilha sonora original

  • “Ficção americana”
  • “Indiana Jones e a Relíquia do Destino”
  • “Assassinos da lua das flores”
  • “Oppenheimer”
  • “Pobres criaturas”

Canção original

  • It Never Went Away, de Jon Batiste, Dan Wilson para American Symphony
  • I’m Just Ken, de Mark Ronson, de Andrew Wyatt para Barbie
  • What Was I Made For?, de Billie Eilish, Finneas O’Connell para Barbie
  • The Fire Inside, de Diane Warren, para Flamin’ Hot – O Sabor que Mudou a História
  • Wahzhazhe (A Song for My People) para Assassinos da lua das flores

Figurino

  • “Barbie”
  • “Assassinos da lua das flores”
  • “Napoleão”
  • “Oppenheimer”
  • “Pobres criaturas”

Maquiagem e penteado

  • “Golda – A Mulher de Uma Nação”
  • “A sociedade da neve”
  • “Maestro”
  • “Oppenheimer”
  • “Pobres criaturas”

Som

  • “Resistência”
  • “Missão: Impossível – Acerto de Contas Parte Um”
  • “Maestro”
  • “Oppenheimer”
  • “Zona de interesse”

Design de produção

  • “Barbie”
  • “Assassinos da lua das flores”
  • “Napoleão”
  • “Oppenheimer”
  • “Pobres criaturas”

Efeitos visuais

  • “A resistência”
  • “Godzilla: Minus One”
  • “Guardiões da galáxia Volume 3”
  • “Missão: Impossível – Acerto de Contas Parte Um”
  • “Napoleão”

Curta-metragem

  • “The After”
  • “Invincible”
  • “Night of Fortune”
  • “Red, White and Blue”
  • ““The Wonderful Story of Henry Sugar”

Curta de animação

  • “Letter to a Pig”
  • “Ninety-Five Senses”
  • “Our Uniform”
  • “Pachyderme”
  • “War Is Over! Inspired by the Music of John & Yoko”

Curta de documentário

  • The ABCs of Book Banning
  • The Barber of Little Rock
  • Island in Between
  • The Last Repair Shop
  • Nǎi Nai & Wài Pó