‘Acácio’ investiga vida e obra de artista português
Cena de documentário que mostra vida do artista (Foto: Divulgação) São Paulo – O artista plástico português Acácio Videira (1918-2008) é a figura central do documentário “Acácio”, da mineira Marília […]
Publicado 25/11/2010 - 15h26
São Paulo – O artista plástico português Acácio Videira (1918-2008) é a figura central do documentário “Acácio”, da mineira Marília Rocha, também diretora de “A Falta Que Me Faz”. Os dois filmes estreiam na sexta-feira em Salvador e Belo Horizonte, e no próximo mês em São Paulo.
O fio condutor do filme é a história de Acácio e sua mulher, Maria da Conceição, que se casaram secretamente em Angola e, em 1975, por causa da Guerra de Independência ,se transferiram para o Brasil, se fixando em Belo Horizonte.
O trânsito do casal entre os três continentes serve com base de reflexão sobre a arte, a política, relações colonialistas e, por fim, a memória.
A equipe de Marília fez seu primeiro contato com Acácio por conta do acervo de filmes e fotos que ele fez nos anos em que a família morou em Angola. São imagens raras sobre a vida de angolanos e colonos portugueses, sempre sob o olhar sensível do artista.
Ele e sua mulher foram filmados e entrevistados pela equipe deste documentário durante dois anos. Depois, a documentarista fez o trajeto inverso de seu biografado, se deslocando para Angola e Portugal.
“Acácio” busca, então, a intersecção entre as lembranças e a herança colonial portuguesa, e dá também espaço para que o artista exponha sua visão de mundo.
Escultor e pintor, Acácio reuniu um acervo que inclui não apenas obras de sua autoria que possuem um enfoque etnográfico, mas também peças que ele recolheu durante sua permanência na África.
O que mais toca na obra do artista é a forma como foi capaz de captar a vivência cotidiana dos povos africanos com quem conviveu.
Marília, com sua câmera, capta não apenas o artista, mas também o homem, repleto de histórias, arte e lembranças. A relação entre ele e Maria da Conceição, por sua vez, mostra que, mais uma vez, o clichê não foi inventado ao acaso, e por trás de todo grande homem há uma grande mulher.
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