Patrimônio nacional

Reconstrução será o ‘renascimento da Cinemateca’, diz nova diretora

Segundo Maria Dora Genis Mourão, a nova gestão, que tomou posse na sexta (4), está se preparando para uma reabertura ao público ainda neste ano

TV Brasil/Reprodução
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Quadro dramático da Cinemateca Brasileira se agravou ainda em 2019, por conta da asfixia orçamentária promovida pelo governo Bolsonaro

São Paulo – Após um período turbulento, a Cinemateca Brasileira tem uma nova diretoria desde sexta-feira (4). A Sociedade Amigos da Cinemateca (SAC) assinou contrato de gestão por cinco anos. E, de acordo com a nova diretora geral, Maria Dora Genis Mourão, os trabalhadores do maior acervo audiovisual da América Latina já se prepararam para reabrir as portas ao público e retomar a programação ainda neste ano. 

Em entrevista a Marilu Cabañas, do Jornal Brasil Atual, a executiva, também professora titular aposentada da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), destaca que o espaço começa agora uma “nova fase” depois de ficar fechado por quase dois anos e sofrer um incêndio em julho de 2021. “Estamos em uma reconstrução que, na verdade, dizemos que é um renascimento da Cinemateca”, afirma.  

O quadro dramático da Cinemateca Brasileira, como lembra Maria Dora, se agravou ainda em 2019, por causa da asfixia orçamentária promovida pelo governo de Jair Bolsonaro (PL). O que a deixou completamente “desassistida” e foi “uma situação que a prejudicou bastante”. “A Cinemateca Brasileira era considerada internacionalmente uma das mais importantes do mundo, não só da América do Sul”, descreve a diretora. 

Conselho consultivo

No final do ano passado, a SAC assinou o contrato de gestão depois de conquistar pontuação máxima em edital lançado pela Secretaria Especial de Cultura. Desde então, está diante dos desafios provocados pelo abandono da Cinemateca no governo Bolsonaro.

Defensores do espaço, que representam a sociedade civil, acompanham com expectativa a nova gestão. Há, contudo, apreensão quanto ao Conselho Técnico Consultivo da Cinemateca, em relação ao qual cobram uma representação diversa e democrática.  A criação do conselho é uma exigência tanto da SAC como do Ministério Público. O órgão é de responsabilidade do governo federal. Em dezembro, a Secretaria de Cultura assinou portaria criando o conselho, mas a situação atual do comitê está indefinida em relação à composição. 

Confira a entrevista

Redação: Clara Assunção