Human League faz show em São Paulo para poucos

Human League, ícone pop dos 80, durante show em SP (Foto: © Stephan Colon/Divulgação) São Paulo – Numa semana em que as atenções estão todas voltadas para a vinda da […]

Human League, ícone pop dos 80, durante show em SP (Foto: © Stephan Colon/Divulgação)

São Paulo – Numa semana em que as atenções estão todas voltadas para a vinda da banda irlandesa U2 ao Brasil, outra banda de sucesso na década de 1980 passou quase despercebida por aqui. Os britânicos do synthpop e new wave Human League tocaram para poucas pessoas na casa noturna Via Funchal, em São Paulo, na quarta-feira, 6 de abril. Essa foi a segunda vez que o grupo veio ao Brasil. A primeira havia sido em 2005, durante o festival Nokia Trends. 

Assistir a um show do Human League é embarcar num túnel do tempo de volta para o final dos anos 1970 e a década de 1980. O trio de vocalistas Philip Oakey, Joanne Catherall e Susan Ann Sulley contracenou o tempo todo com imagens impactantes projetadas num telão no fundo do palco e botou os poucos fãs entusiasmados para dançar.

Philip Oakey entra no palco encapuzado, com um casaco de chuva preto, e óculos escuros, para cantar “The Lebanon”. A segunda canção é o sucesso “Open Your Heart”, quando o telão projeta imagens pela primeira vez – ondas verdes e brancas que criam um efeito quase hipnótico, o que era considerado ultramoderno nos anos 80, basta lembrar o sucesso das apresentações de bandas como Pet Shop Boys, Devo e New Order. A iluminação em tons cor-de-rosa e azul também é marcante da época, assim como a utilização de gelo seco e muita fumaça.

O show se transforma numa espécie de videogame, em função das imagens no telão, que acompanham a apresentação de vários sucessos dançantes. Entre eles, estão “The Sound Of The Crowd”, “Love Action (I Believe in Love)”, “Mirror Man” e “Empire State Human”, que é acompanhado pelas imagens de um documentário mostrando a construção do Empire State Building, em Nova York, nos Estados Unidos.

Também são surpreendentes as imagens que mostram ovelhas com roupas de turistas e máquinas fotográficas visitando vários cartões postais do mundo, como a Torre Eiffel, em Paris, na França, durante a canção “(Keep Feeling) Fascination”. O primeiro grande sucesso é “Heart Like a Wheel”, acompanhado de imagens do clássico da ficção científica “Metrópolis”, de 1927, dirigido pelo austríaco Fritz Lang. Depois vem a super balada “Human”, ideal para os casais. Até chegar ao bastante esperado “Don’t You Want Me”, cantado quase aos berros. 

É interessante notar que, quanto mais vazia uma casa de show, mais se cria uma intimidade entre público e plateia difícil de ser descrita. O que poderia ser o primeiro fiasco do ano resulta numa espécie de congraçamento, em que todos parecem se divertir muito mais e se esforçam para ocupar todos os espaços vazios. O bis é formado por “Seconds”, em que três relógios projetados no telão acompanham Philip Oakey, e “Together In Electric Dreams”, que mais uma vez leva os poucos presentes no Via Funchal ao delírio.