Rio remove moradores de áreas de risco e prefeito promete 3,7 mil casas

37 mortes foram confirmadas no Morro do Bumba, em Niterói, atingido por um deslizamento na última semana (Foto: Vladimir Platonow. Agência Brasil) A remoção de moradores de áreas de risco […]

37 mortes foram confirmadas no Morro do Bumba, em Niterói, atingido por um deslizamento na última semana (Foto: Vladimir Platonow. Agência Brasil)

A remoção de moradores de áreas de risco no Rio de Janeiro teve início nesta segunda-feira (12) pelo Morro do Urubu, em Pilares, na zona norte da cidade, onde inicialmente foram usadas picaretas para demolir as casas e, depois, retroescavadeiras. Um caminhão da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) ajuda na mudança dos moradores.

A prefeitura promete disponibilizar até o fim de semana o cheque do aluguel social, no valor de R$ 400, que será pago até que as famílias possam retornar a suas moradias ou tenham como se mudar para novas casas, período estimado entre três meses e um ano. Moradores relatam, no entanto que apenas o dinheiro não é suficiente porque alugar uma casa é mais difícil para quem vem de uma favela.

“A prefeitura disse que vai dar ajuda para a gente, mas ainda não deu. Nós não temos aonde ir nem botar as nossas coisas. Eu fui procurar casas ali embaixo e ninguém quer alugar porque pensa que a gente não tem condições de pagar e não acredita na promessa do governo”, criticou Sandra Maria, que mora na comunidade há mais de 50 anos. Por outro lado, muitas pessoas aproveitaram a ocasião para elevar fortemente o preço dos aluguéis, que passaram de R$ 250 para até R$ 600.

A administração municipal prometeu arcar com as despesas da compra de imóveis para 3,7 mil famílias que moram em áreas de risco e que terão de ser reassentadas. O prefeito Eduardo Paes aponta que as pessoas serão levadas para unidades do programa Minha Casa, Minha Vida. O número de famílias a serem transferidas ainda pode mudar, já que a empresa municipal responsável pelo levantamento de áreas de risco não concluiu seu trabalho.

“A ideia é que a lógica desse reassentamento seja distinta daquela que já se fez em algum momento no Rio de Janeiro. Que as pessoas sejam reassentadas com dignidade para os locais mais próximos possíveis. No caso do reassentamento do Morro dos Prazeres e do Fogueteiro, as relações pessoais e com o lugar não serão abaladas. As pessoas poderão continuar estudando na mesma escola, frequentando o mesmo posto de saúde, tendo a mesma distância para seu local de trabalho”, disse Paes.

Escombros

Mais de 50 pessoas ainda estão desaparecidas no Morro do Bumba, em Niterói, em consequência do deslizamento de terra ocorrido na semana passada. Até agora, 37 corpos já foram retirados do local e identificados pela unidade do Instituto Médico Legal (IML) montada nas proximidades do morro.

O governador do Rio, Sérgio Cabral, pediu ao Exército que apresente terrenos a serem comprados para o reassentamento em Nitéroi e em São Gonçalo. As duas cidades somam 156 mortes desde as chuvas da semana passada. Na capital fluminense, Cabral espera poder construir no local em que ficava o presídio Frei Caneca, no centro da cidade. “”Estamos nos esforçando para que as obras comecem já em 90 dias”, disse.