Rio limpa ruas e teme novas chuvas

Rio de Janeiro – Após o forte temporal que atingiu na noite de segunda-feira (25) e na madrugada desta terça-feira (26) o Rio de Janeiro (RJ), parte da cidade amanheceu […]

Rio de Janeiro – Após o forte temporal que atingiu na noite de segunda-feira (25) e na madrugada desta terça-feira (26) o Rio de Janeiro (RJ), parte da cidade amanheceu coberta de lama. O cenário de destruição cobriu principalmente a região da Tijuca, na zona norte, e da Praça da Bandeira, no centro. Milhares de pessoas ficaram ilhadas sem poder voltar para a casa. Pode voltar a chover forte nesta terça-feira (26) no Rio de Janeiro, informou o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Equipes da prefeitura estão em alerta para a ocorrência de novas chuvas e iniciam uma corrida contra o tempo para evitar novas enchentes e garantir apoio à população, segundo o secretário de Conservação e Serviços Públicos, Carlos Roberto Osório. O esforço, neste momento, é para a limpeza das ruas e das galerias pluviais, para onde uma grande quantidade de lixo foi arrastada.

“Todas as nossas equipes estão nas ruas para garantir essa limpeza. A região da Grande Tijuca (na zona norte), foi a mais prejudicada e houve ali uma infeliz coincidência, já que ontem era dia de coleta de lixo domiciliar. A população colocou o lixo na rua e os caminhões não conseguiram chegar a tempo, então esse material acabou sendo carreado pela chuva, agravando a situação”, afirmou.

Osório destacou que os trabalhos de limpeza ajudam a minimizar os prejuízos provocados pelo temporal, principalmente na região da Praça da Bandeira, que ficou totalmente alagada na noite de ontem (25), mas não resolvem a questão. Segundo ele, apenas obras estruturais podem ampliar a capacidade de drenagem no local e evitar novos alagamentos. O secretário afirmou que a prefeitura já solicitou ao governo federal a liberação dos recursos para este fim, que foram incluídos no Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2).

“Temos ali uma questão histórica com a chegada de três rios importantes. Somente uma grande obra pode resolver a questão. Agora, estamos apenas aguardando a liberação dos recursos pelo governo federal para iniciar a licitação para as obras”, acrescentou.

Ainda na manhã desta terça, equipes do Instituto de Geotécnica do Município do Rio de Janeiro (Fundação GeoRio) implodiram uma pedra de 600 toneladas que deslizou e interditou o tráfego na Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá, que liga as zonas oeste e norte da cidade. A área precisou ser totalmente isolada e moradores que vivem às margens da pista foram retirados do local.

Também por conta das chuvas, a Defesa Civil municipal registrou 200 chamados desde a noite de ontem até as 10h30 de hoje. A maior parte deles foi em decorrência de alagamentos e de desabamentos de barreira atingindo imóvel ou veículo. Os bairros da Tijuca, Praça da Bandeira, de Vila Isabel e do Maracanã foram os que registraram mais solicitações. De acordo com o Centro de Operações da prefeitura, 70 pessoas estão abrigadas em pontos de apoio, até a diminuição do risco de desabamento.

Alunos e professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), no Maracanã, passaram a noite no local. As aulas, no entanto, foram normais na manhã desta terça. Já no Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet), também no Maracanã, as aulas foram suspensas, pois as salas de aula foram inundadas pelas enchentes.Equipes da prefeitura e da Companhia de Limpeza Urbana (Comlurb) trabalham para retirar a lama das ruas utilizando bombas de sucção. Comerciantes da região abriram suas lojas apenas para limpeza e para contabilizar os prejuízos.

Proprietária de um bar na Rua Teixeira Soares, na Praça da Bandeira, Maria do Carmo de Oliveira, de 51 anos, passou a noite em cima do balcão de sua loja. Geladeira, alimentos e a cozinha, recém-reformada, foram perdidas. Ela estima que o prejuízo ultrapasse os R$ 10 mil.

“A gente trabalha com todo carinho e depois vê tudo em cima e indo pela água. Ontem vim com água na cintura para pegar as máquinas, cadeiras, para não ver a água levando. É muito complicado”, disse a comerciante.

Mais chuva?

A meteorologista Marlene Leal, do Inmet, explicou que a chuva decorre de uma frente fria vinda de São Paulo e que deve permanecer no estado do Rio nas próximas 48 a 72 horas. “A previsão de hoje (terça) é de chuva, inclusive com esse acumulado significativo ainda até a noite”, enfatizou.

O temporal que atingiu o Rio na noite de segunda e na madrugada desta terça é equivalente ao volume de água previsto para 40 dias. A chuva forte atingiu principalmente a Tijuca, na zona norte, provocando o transbordamento de rios e deslizamentos e deixando várias ruas alagadas.

Fonte: Agência Brasil

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