Após colisão de trens, linha 3 do metrô de São Paulo trafega esvaziada em horário de pico

Para usuários, parte dos passageiros optou por ônibus para evitar o uso de metrô

São Paulo – Os usuários da Linha 3 – Vermelha do metrô paulistano, na qual ocorreu colisão de trens na manhã de hoje (16), embarcavam com tranquilidade e até estranharam o baixo movimento de passageiros no início da noite, habitual horário de pico, nas estações Palmeiras-Barra Funda e Sé, no sentido Corinthians-Itaquera. “Normalmente, há o triplo de pessoas nesse horário. É muito cheio”, disse Milton de Souza, que trabalha na região da Barra Funda, zona oeste da capital paulista. “Hoje está tranquilo.” O trabalhador relaciona o esvaziamento dos trens ao acidente da manhã. Ainda que os trens circulem mais vazios, uma senhora caiu ao entrar no vagão no Terminal Palmeiras-Barra Funda. 

Pela manhã, duas composições da Linha 3, que liga a estação Palmeiras- Barra Funda, na zona oeste, à Corinthians-Itaquera, na zona leste, colidiram por volta das 9h50, entre as estações Tatuapé e Carrão, na zona leste. Pelo menos 47 pessoas ficaram feridas, segundo o Corpo de Bombeiros.

Carla Mota, que trabalha com marketing na região da Sé acredita que, devido ao acidente, “as pessoas hoje saíram do trabalho e optaram pelo ônibus”. O vendedor de seguros Airton Formaggi, que atua na zona oeste, tem a mesma opinião: parte do público que utiliza o metrô preferiu alternativas. “Amigos do trabalho buscaram outros meios, carro ou ônibus”, apontou. Para ele, a batida de trens que houve pela manhã “reflete que o sistema está muito cheio, próximo da exaustão”.

Marilda Pereira, trabalhadora da região de Campos Elíseos, explicou que no dia a dia, tenta evitar a superlotação comum no horário de pico – das 18h às 19h30 – negociando com o chefe para sair mais cedo. “É ruim, muito lotado. A gente nem se segura, é quase um surf aqui dentro”, disse. Ao entrar no sistema pela manhã, na estação Belém, raramente ela embarga rapidamente.  “A espera costuma ser de seis a sete carros”, contou.

Segundo um funcionário do Metrô, que não quis se identificar, a paralisação do sistema por várias horas em parte da manhã e da tarde de hoje impediu que muitos usuários chegassem ao trabalho, por isso o retorno ao final do dia estaria menor. “Parou totalmente das dez às onze e meia e depois funcionou até as duas horas só até o Tatuapé. Muita gente não foi ao trabalho”, suscitou.

Na estação da Sé, a estudante Adriana de Souza avaliou que normalmente há o dobro de pessoas na plataforma. Ela se diz preocupada com o acidente que paralisou a linha pela manhã. “Normalmente não gosto do metrô por ser muito lotado, agora fico mais preocupada”, disse.

A usuária Daiana Lima criticou a falta de informações quando ocorrem problemas. Ela chegou  à estação terminal Corinthians Itaquera às 10h, pouco depois da colisão de trens. De acordo com ela, os passageiros ficaram dentro do trem por um longo tempo até serem avisados da existência de um problema. “Só mostra que está pior”, avaliou ao utilizar o sistema metroviário por volta das 19h. Para ela, a notícia causou um abalo psicológico.