Metrô de São Paulo tem colisão na linha 3 Vermelha e deixa ao menos 47 feridos

Paciente relatou que trem ganhou velocidade ao se aproximar da estação Carrão. 'O pior foi o susto', afirmou

Número de feridos pode passar de 30 (Foto: Luiz Guarnieri.Brazil Photo Press.Folhapress)

São Paulo – Duas composições da linha 3 Vermelha do metrô, que liga a estação Palmeiras- Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, à Corinthians-Itaquera, na zona leste, colidiram por volta das 9h50, entre as estações Tatuapé e Carrão, na zona leste.

Os usuários tiveram de sair imediatamente dos trens, inclusive pelas janelas. Segundo a assessoria do Metrô, os passageiros que se acidentaram na colisão foram socorridos por agentes de segurança da Companhia, do Corpo de Bombeiros e do Samu. 

Leia também:

  • Panela de pressão
  •  – Picos de 10 passageiros por metro quadrado, lentidão, falhas técnicas e opções arriscadas são o retrato do metrô paulista

O número de vítimas ainda é incerto, mas, segundo o Corpo de Bombeiros, há pelo menos 47 feridos. No Hospital Tatuapé, funcionários informaram que mais de 50 feridos deram entrada. 

Fabrício Santos, analista de crédito, afirmou à reportagem no hospital que o trem ganhou velocidade ao se aproximar da estação Carrão. “Nós mesmos começamos a quebrar o vidro do trem e saímos pelos trilhos em direção à estação Tatuapé”, relatou o jovem, que machucou o supercílio e quebrou os óculos. “O pior foi o susto. Todo mundo ensaguentado. Nunca tinha passado por isso.”

Em nota, o Metrô informou que todos os feridos foram removidos. “Felizmente, nenhuma vítima ficou gravemente ferida no acidente. Alguns usuários apresentaram escoriações leves e outros, em maioria, estavam abalados emocionalmente com a ocorrência”, aponta o comunicado.

De acordo com o secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, o sistema de automação falhou. “A velocidade das composições, no momento da colisão, era de 10 a 12 km/h. A batida não danificou a estrutura dos trens, mas foi forte para os passageiros”, explicou, de acordo com o portal iG.

O diretor do Sindicato dos Metroviários de São Paulo Alex Fernandes contou que o funcionário que comandava um dos trens o disse que composição recebeu, inicialmente, sinal para parar, mas logo em seguida foi autorizada a seguir viagem. Segundo o funcionário, havia cerca de 2 mil pessoas no trem na hora da colisão. O sistema de automação que falhou é o ATC, que prevê a distância de 150 metros entre um trem e outro.

A composição acidentada é da empresa espanhola Caf, que se responsabiliza pela manutenção dos trens. Para Fernandes, essa situação torna todos “reféns” da empresa estrangeira. 

O presidente do sindicato, Altino de Melo dos Prazeres Junior, considera que a falha no equipamento de monitoramento do sistema explica o acidente. “O que vocês estão vendo aqui, cheio de segurança, não é o normal. Não é assim no dia a dia. Eles só dão atenção para as inaugurações, trens novos, deixam isso claro para a mídia, mas a verdade é que há sucateamento do sistema do metrô de São Paulo.”

Em razão do acidente, a circulação dos trens na linha 3 Vermelha ficou restrita entre a estação Tatuapé e a zona oeste, com velocidade bastante reduzida. As catracas da estação Carrão foram abertas às 14h30, e a circulação dos trens entre as estações Barra Funda e Corinthians-Itaquera foram normalizadas.

O autônomo José Pinheiro Oliveira, de 54 anos, teve as duas pernas machucadas no acidente. Após deixar o hospital, ele afirmou que vai rever a opção pelo transporte público. “Não vou pegar este trem amanhã nem nunca mais. Isso é uma lata velha que não pode mais funcionar.”

Problemas recorrentes

Mais cedo, a Linha 9-Esmeralda da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) voltou a ter problemas. É a segunda vez, apenas nesta semana, que a conexão entre Osasco, na região metropolitana da capital paulista, e o Grajaú, na zona sul, apresenta falhas no sistema. Segundo a assessoria de imprensa da Companhia, os trens circularam até a estação Presidente Altino, uma estação anterior à Osasco, entre 7h e 7h15, para verificação da rede aérea de alimentação elétrica dos trens.

O atraso causou lotação nas plataformas, provocando transtornos aos usuários. Conforme a assessoria, o procedimento foi feito apenas como precaução e os técnicos não encontraram nenhuma falha. A informação, por meio de nota, é de que os usuários foram avisados pelo sistema de som dos trens e das estações. 

Leia também

Últimas notícias