Crueldade e desnutrição

Lula irá à Terra Yanomami, onde 570 crianças morreram durante o governo Bolsonaro

Presidente irá com ministros neste sábado levar suporte do governo federal no enfrentamento da grave situação enfrentada pelos indígenas. Fome e doenças se alastraram, vitimando crianças e idosos

João Laet/The Guardian
João Laet/The Guardian
São mais de 20 mil garimpeiros na reserva Yanomami, espalhando doenças, fome e morte

São Paulo – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta sexta-feira (20) que vai a Roraima neste sábado para ver pessoalmente a situação das crianças Yanomami, vítimas de desnutrição grave e doenças. Lula será acompanhado por ministros, entre eles Sonia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas. “Recebemos informações sobre a absurda situação de desnutrição de crianças Yanomami em Roraima. Amanhã viajarei ao estado para oferecer o suporte do governo federal e, junto com nossos ministros, atuaremos pela garantia da vida de crianças Yanomami”, disse Lula, por meio das redes sociais.

Reportagem publicada hoje pela plataforma Sumaúma mostra que 570 crianças Yanomami com menos de 5 anos morreram de causas evitáveis durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). As imagens dramáticas, obtidas junto a liderança,s dão uma dimensão da catástrofe humanitária causada ao povo Yanomami, cujo território está invadido por pelo menos 20 mil garimpeiros.

Na terra indígena entre os estados de Roraima e Amazonas, onde vivem quase 30 mil Yanomami, a fome se alastrou. Idosos e crianças sucumbem a doenças que têm tratamento, mas que não chega lá. E morrem de desnutrição ou por doenças como vermes, pneumonia e diarreia. A malária está se tornando muito comum, assim como a dengue. E tem se alastrado na terra indígena pela contaminação levada pelos garimpeiros, que agem livremente em sua atividade ilegal.

Segundo a Sumaúma, o helicóptero usado para a remoção de doentes em áreas remotas, onde aeronaves maiores não chegam, quebrou, e demorou para ser consertado. Sequer foi substituído. Enquanto isso, ao menos oito pessoas morreram. Mas nas estatísticas oficiais constam apenas três crianças mortas no período de 24 e 27 de dezembro, época em que o helicóptero estava quebrado. São ao menos cinco vidas apagadas da estatística oficial.

Redação: Cida de Oliveira