Um dever

Daniela Mercury na TVT: ‘Precisamos rechaçar no Supremo o marco temporal’

Juca Kfouri entrevistou a mais nova integrante da Comissão Arns. Reconhecida por sua arte e militância, a cantora também falou sobre sua resistência aos ataques por não esconder seu posicionamento político

TVT/YouTube/Repodução
TVT/YouTube/Repodução
Embaixadora da Unicef e da ONU na luta contra a homotransfobia, a artista desde março passou a integrar a Comissão Arns de Direitos Humanos

São Paulo – Convidada da edição desta quinta-feira (27) do programa Entre Vistas, da TVT, a cantora Daniela Mercury contestou o marco temporal e defendeu a retomada da demarcação de terras indígenas no Brasil. Embaixadora da Unicef e da ONU no Brasil na luta contra a homotransfobia, a artista desde março passou a integrar também a Comissão Arns de Direitos Humanos, onde vem se dedicando às causas dos povos originários do país.

Por conta de sua atuação, ao ser questionada pelo jornalista Juca Kfouri sobre a tese jurídica, defendida por ruralistas, Daniela Mercury não escondeu sua indignação. “Eu não sei nem como dizer. O marco temporal é uma tese tão esdrúxula, absurda, que não deveria nem ser discutida”, afirmou. O julgamento do caso se arrasta há anos no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele chegou a ser paralisado, no ano passado, e só após pressão social teve a votação remarcada para o dia 7 de junho.

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A expectativa da cantora é que os ministros da Corte impeçam a aprovação da tese. Se aprovada, ela estabelece que a data de promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988, deve ser adotada para a definição da ocupação tradicional da terra por indígenas.O que colocaria em risco os direitos territoriais indígenas.

Na arte de resistir

“A gente precisar rechaçar no Supremo essa tese do marco do temporal, porque ela causa insegurança jurídica. Não há duvidas de que essa tese é completamente inconstitucional. É uma questão de poder. Está havendo uma repetição do que aconteceu na história do Brasil, nesses mais de 500 anos. Os indígenas, mais ‘frágeis’, não conseguem vencer a força da grana que ergue e destrói coisas belas, como diz Caetano (Veloso). Mas a gente tem que proteger os povos indígenas. O clima, a floresta para ficar de pé e o Brasil precisam dos indígenas”, destacou.

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Uma das maiores cantoras do Brasil, Daniela Mercury também compartilhou na conversa com Juca Kfouri os ataques que já precisou enfrentar por nunca esconder seu posicionamento político. “Custou muitas agressões e fake news”, lamentou. Por outro lado, ela encontrou no axé uma orma de contrapor ao fascismo.

Saiba mais na entrevista completa


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