União LGBTQIA+

Casamentos homoafetivos crescem cinco vezes mais que héteros, mas ainda são 1% do total

Foram 11 mil registros de casais homoafetivos em 2022, maior número desde 2013, quando o CNJ garantiu à população LGBTQIAPN+ o direito ao casamento civil. Já o aumento da união de casais heterossexuais foi de 4%, de acordo com o IBGE

Agência Brasil/Arquivo
Agência Brasil/Arquivo
"É muito bom saber que no Brasil os casamentos homoafetivos cresceram. O amor venceu!", escreveu o senador Fabiano Contarato

São Paulo – Dados do Registro Civil, divulgados nesta quarta-feira (27) pelo IBGE, mostram que o número de casamentos entre pessoas do mesmo sexo cresceu 20% em 2022 na comparação com o ano anterior. Foram registrados 11 mil casamentos homoafetivos, o maior patamar desde 2013, quando o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou a Resolução 175, impedindo que cartórios de todo o país se recusassem a converter uniões estáveis entre pessoas LGBTQIAPN+ em casamentos ou a celebrá-los.

O aumento de registros de casais homoafetivos foi cinco vezes superior ao crescimento de casamentos entre pessoas de sexo oposto, que registraram alta de 4%. Ainda assim, os casamentos LGBTQIAPN+ são minoria e representam 1,1% do total de uniões registradas em 2022. O dado do IBGE leva em conta apenas casamentos civis registrados em cartório, e não as uniões estáveis.

No caso dos casais homoafetivos, a maior alta foi verificada na região Norte, com 32,8% dos registros. Em segundo lugar aparece o Sudeste, com 23,9%. A união entre mulheres também representou a maioria dos casamentos, com 60% das uniões firmadas em cartório. “É um direito casar-se com quem se ama! O casamento civil entre pessoas do mesmo sexo é uma conquista da população LGBTQIA+ obtida no STF e no Estado laico. É muito bom saber que no Brasil os casamentos homoafetivos cresceram. O amor venceu!”, escreveu o senador Fabiano Contarato (PT-ES).

Em 2022, foram 970 mil casamentos

No total, o número de casamentos passou de 935.502 para 970.041. Apesar da alta de 4% no registro geral, o número de uniões ainda está abaixo da média anual registrada antes da pandemia de covid-19. O total de casamento era de 1 milhão entre os anos de 2015 e 2019. E sofreu uma queda em 2020 para 757.179.

O levantamento também revela uma alta no número total de divórcios no país em 2022. Ao todo, 420 mil casamentos foram desfeitos, um crescimento de 8,6% em relação ao ano anterior, de 387 mil. As separações também têm acontecido em um tempo cada vez menor. Antes a média entre a data do casamento e a data do divórcio era de cerca de 16 anos, em 2010. Doze anos depois, o tempo passou para 13,8 anos. As mulheres têm se divorciado em média aos 41 anos, enquanto os homens aos 44 anos.

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