Vice-presidente da Venezuela expulsa adidos militares dos Estados Unidos

Nicolás Maduro afirma que funcionário da embaixada americana estava trabalhando pela 'desestabilização' do país junto a setores das forças armadas venezuelanas

Nicolás Maduro fez declarações durante reunião com ministros, comandantes militares e governadores (Imagem: Telesur)

São Paulo – O vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou hoje (5) a expulsão de um adido militar dos Estados Unidos no país sob alegação de “atentar contra a estabilidade democrática” da república venezuelana. “Esse funcionário procurou militares da ativa na Venezuela para, primeiro, investigar a situação das forças armadas e, depois, propor-lhes projetos desestabilizadores”, informou. “A pessoa em questão é o adido aéreo David Del Mónaco e ele tem 24 horas para pegar suas malas e sair do país.”

Alguns minutos mais tarde, o ministro do Poder Popular para as Relações Exteriores, Elías Jaua, complementou a informação, anunciando que Deblin Costal, outro adido aéreo dos Estados Unidos na Venezuela, também foi declarado persona non grata no país e tem igualmente 24 horas para deixar o território venezuelano. Jaua denunciou que autoridades de Washington financiam grupos opositores e que o governador do estado de Miranda, Henrique Capriles, acaba de voltar de Nova York, onde supostamente realizava uma visita familiar. “Aí está o mapa da situação”, disse. “O povo tome suas conclusões.”

Em seu pronunciamento, Nicolás Maduro pediu respeito à Venezuela e às forças armadas do país. O vice-presidente continuou com seu pronunciamento atestando que as autoridades venezuelanas estão atrás de “pistas” sobre outros elementos que estão buscando provocar “guerras de rumores” e “danos econômicos” que acabem por “atentar contra a paz da pátria e do povo”. “Querem se aproveitar de maneira malévola as circunstâncias difíceis que estamos vivendo devido ao estado de saúde do nosso comandante e presidente.”

A decisão foi tomada menos de 24 horas depois que o ministro do Poder Popular para a Comunicação e Informação anunciou em cadeia nacional de rádio e tevê que o presidente Hugo Chávez foi acometido de uma “nova e severa” infecção respiratória, que seu estado de saúde piorou e que a situação do comandante é delicada. Nicolás Maduro também denunciou supostos boicotes que setores da oposição estão realizando ao sistema elétrico da Venezuela para “gerar caos” no país agora que as incertezas sobre a vida do presidente alcançaram níveis inéditos.