Haddad anuncia prisão de servidores após investigação da Controladoria Geral

Após primeira ação efetiva do órgão, prefeito ressalta importância da pasta e liberdade de atuação do controlador

São Paulo – O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e o secretário da Controladoria Geral do Município  Mário Spinelli, anunciaram hoje (15) a prisão em flagrante de um casal de servidores que atuavam na fiscalização de obras, na Subprefeitura de Santo Amaro, por recebimento de propina. Durante o anúncio, na sede da Prefeitura, Spinelli reforçou que a controladoria vai monitorar permanentemente a evolução patrimonial dos servidores públicos municipais, com ênfase em ocupações que sejam consideradas mais vulneráveis.

Haddad comemorou a atuação e destacou a liberdade de atuação da pasta criada em seu governo. “A controladoria, hoje, é uma realidade na cidade de São Paulo. O Spinelli tem autonomia para realizar seu trabalho, seguindo apenas os princípios legais. É uma atuação coordenada, que se junta ao trabalho do Tribunal de Contas do Município, do Ministério Público, da Polícia Civil, com o objetivo de evitar desvios de conduta por parte dos servidores,” disse. O prefeito lembrou que a atuação não é só para ações como a de hoje, mas também para orientar a melhoria da gestão, dos procedimentos administrativos e a transparência.

Propina

De acordo com Spinelli, as investigações sobre os servidores presos hoje começaram em 25 de fevereiro, após um empresário, que não teve a identidade revelada, realizar a denúncia diretamente na Controladoria. Ele informou que fiscais da Subprefeitura de Santo Amaro estavam exigindo propina para liberar a obra de ampliação de uma empresa. A obra foi embargada, por uma suposta falta do Habite-se — documento que atesta a regularidade da construção. Ao procurar a subprefeitura, foi informado que seria multado em R$ 194 mil. Porém, recebeu a proposta de uma servidora que poderia “resolver o problema”, por R$ 97 mil. A identidade dos funcionários também foi preservada.

Após realizar investigação e acompanhar a evolução patrimonial dos servidores envolvidos no esquema, a Controladoria acionou a Delegacia de Crimes Contra a Administração Pública, do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania da Polícia Civil. O empresário marcou um encontro com os fiscais no shopping Morumbi para repassar o valor de R$ 40 mil, em dinheiro. Após a entrega, os policias deram voz de prisão ao casal. Ambos são agentes vistores, sendo ele chefe da unidade técnica. A prefeitura vai abrir um processo administrativo e periciar computadores e documentos da subprefeitura para descobrir se há outros envolvidos.