PM de São Paulo usa bombas e detém 70 estudantes para desocupar reitoria da USP
Policiais com submetralhadora indica disposição ao confronto
Publicado 08/11/2011 - 10h27
São Paulo – Na madrugada desta terça-feira (8), 70 estudantes foram presos na ação da Polícia Militar (PM) de São Paulo para desocupar o prédio da reitoria da Universidade de São Paulo (USP). A medida foi adotada em cumprimento a uma decisão judicial de reintegração de posse, mas os policiais empregaram bombas de efeito moral e armamento pesado, incluindo uma submetralhadora. Não houve registro de incidentes ou confronto.
A Rádio Brasil Atual esteve no local e testemunhou excessos da polícia, incluindo o disparo de bombas de efeito moral contra o Conjunto Residencial da USP (Crusp), aparentemente com a intenção de evitar a adesão de mais estudantes. Um grupo tensionava se deslocar até a reitoria em solidariedade.
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Às 5h20, 400 policiais do Batalhão de Choque atuaram para retirar 150 estudantes que estavam no local. Os 70 detidos teriam resistido a sair de uma das salas do prédio. Segundo a assessoria de imprensa da PM, a ordem judicial foi cumprida e o policiamento será mantido no campus da universidade, na zona oeste da capital paulistana.
A ocupação da Reitoria foi iniciada no dia 1º, após protestos de estudantes contra a presença da Polícia Militar no campus. O estopim das manifestações foi a prisão de um grupo de estudantes flagrados com drogas, segundo a PM. Questões de segurança após a morte de um aluno em uma tentativa de assalto foram a justificativa da direção da universidade para a presença da força de segurança. Há, no entanto, relatos de tentativas de intimidação de estudantes, pela PM.
Apesar de a decisão da juíza Ana Paula Bandeira Lins determinar a desocupação até as 23h de segunda-feira (7), uma assembleia de estudantes concluída minutos antes do prazo terminou com a opção por manter o acampamento no local. Os universitários ainda demandavam garantias da USP de que não haverá processo administrativo contra os integrantes do movimento.
A direção da universidade indica que serão abertos esses processos por eventual depredação do patrimônio da instituição. A administração da USP afirma que aceita incluir representantes dos alunos na discussão sobre “aperfeiçoamento” do convênio com a Polícia Militar.
Segundo os estudantes, os termos são insuficientes e pouco avançaram em relação ao proposto na negociação de sábado (12). O único ponto novo, de acordo com ele, é a promessa de que haveria processo administrativo apenas por depredação do patrimônio, e não contra todos os participantes.
Com informações da Agência Brasil